Gravações mostram Agnelo Queiroz prometendo ajuda a PM que acusou Orlando Silva
Vocês já devem ter lido, mas fica o registro. Por Jailton de Carvalho, no Globo: Gravações da Polícia Civil mostram que o governador do Distrito Federal,
Agnelo Queiroz (PT), prometeu ajudar o policial militar João Dias
Ferreira, pivô da queda do ex-ministro Orlando Silva (PCdoB), a preparar
a defesa no processo em que é acusado de desviar dinheiro do Ministério
do Esporte. Os diálogos, divulgados nesta terça-feira pelo “DF TV”, da
TV Globo, mostram intimidade entre o governador e João Dias. Numa das
conversas, gravadas com autorização judicial, Agnelo chama o policial de
“meu mestre!”. Em outro trecho, Ana Paula, mulher de João Dias, pede a Agnelo que
contrate advogados para defender o policial, que acabara de ser preso
por conta das acusações de desvios de dinheiro do programa Segundo
Tempo, do Ministério do Esporte. Os diálogos foram gravados entre
fevereiro e março de 2010. Ex-ministro do Esporte, Agnelo era na época
diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Acossado
pelas investigações, o policial recorreu a Agnelo, que, meses depois,
seria eleito governador do Distrito Federal. Numa das
conversas, João Dias pede a Agnelo que oriente o professor Roldão Lima a
ajudá-lo. Professor de uma escola em Sobradinho, Roldão poderia
fornecer fichas de alunos para João Dias preencher o cadastro de
crianças matriculadas no Segundo Tempo. — Vou estar
encontrando agora, daqui a uns cinco minutos, o professor Roldão, e
aquele assunto que a gente tratou, não sei se o senhor se lembra, ano
passado… - diz João Dias.
— Lembro - responde Agnelo.
O policial vai direto ao assunto:
— Eu queria o seguinte: colocar o senhor na linha com ele. Falar só um “bom dia” mesmo.
O governador aceita a sugestão:
— Vou dar um toque nele só para reforçar ele (sic) - diz.
Em outra conversa, já na companhia de Roldão, João Dias liga novamente para Agnelo.
— Meu mestre! - responde Agnelo, referindo-se a João Dias.
— Lembro - responde Agnelo.
O policial vai direto ao assunto:
— Eu queria o seguinte: colocar o senhor na linha com ele. Falar só um “bom dia” mesmo.
O governador aceita a sugestão:
— Vou dar um toque nele só para reforçar ele (sic) - diz.
Em outra conversa, já na companhia de Roldão, João Dias liga novamente para Agnelo.
— Meu mestre! - responde Agnelo, referindo-se a João Dias.
Para Agnelo, fita não é prova suficiente
Na investigação, a Polícia Civil documentou um encontro em que Roldão entrega uma pasta a João Dias. Semanas depois, João Dias e mais quatro pessoas, todas acusadas de desviar dinheiro do Segundo Tempo, foram presas na Operação Shaolin, da Polícia Civil. Após a prisão, Ana Paula pediu ajuda a Agnelo: “A Polícia Civil está fazendo mandado de busca e apreensão aqui em casa e tá levando o João Dias preso. Então ele pediu que eu fizesse um contato com o senhor para que o senhor, se possível, já viabilizasse os advogados para poder ajudar”, diz Ana Paula, em mensagem deixada no telefone do governador.
Em outra
gravação, após uma troca informal de cumprimentos, João Dias passa o
telefone para que Agnelo fale com o professor: “Tô almoçando com um
grande amigo aqui. Deixa eu passar pra ele aqui”, diz o policial. Agnelo fala então com Roldão: - Vou combinar, falar com o João, para ir tomar um café contigo. Viu? - Será uma satisfação. E vamos conversar, porque tem muita coisa aí que a gente precisa conversar - responde Roldão. Agnelo disse nesta terça-feira que a fita não é suficiente para incriminá-lo: - Mostre alguma coisa de eu pedindo alguma ilegalidade! A deputada
distrital Celina Leão (PSD) disse que o teor dos diálogos reforçará o
movimento pela criação da CPI do Segundo Tempo, na Câmara Legislativa.
Ela informou que já tem cinco das oito assinaturas necessárias para
pedir a CPI. Ao longo da tarde, porém, 19 dos 25 deputados distritais
assinaram nota de apoio a Agnelo
Raimundo Andrade
Campinas SP
NOTA DO BLOG: NÃO SENDO DESCONTEXTUALIZADAS, ESSAS GRAVAÇÕES DÃO RESPALDO PARA TODOS HOMENS E MULHERES DE BEM PEDIREM A CASSAÇÃO DO GOVERNADOR DO DF. O NOSSO DESEJO NÃO É DIFERENTE. A TRISTEZA POR ACREDITARMOS QUE UM ANTI-RORIZ PUDESSE MUDAR O DF ACABAM COM A VERACIDADE DESSAS DENÚNCIAS.