quarta-feira, 18 de abril de 2012

ESSE É SERRA

Serra diz que dá "voto de confiança" a Perillo

Pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, o ex-governador José Serra disse nesta terça-feira que dá "um voto de confiança" ao governador de Goiás, Marconi Perillo, seu colega de partido. O goiano é citado em gravações feitas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, que levou à prisão do empresário de jogos ilegais Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e motivou um pedido de abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Congresso. Escutas telefônicas feitas com autorização judicial reveladas esta noite pelo "Jornal Nacional" mostram o ex-vereador de Goiânia Wladimir Garcez (PSDB) discutindo com Cachoeira um encontro com o governador de Goiás. Na conversa, o vereador dá a entender que o encontro foi pedido por Perillo. Serra, que ministrava desde as 19h uma palestra da Fiesp (Federação das Industrias de São Paulo) ressaltou não conhecer o conteúdo das novas gravações, mas disse dar "um voto de confiança" ao governador de Goiás. "Eu não conheço [o teor das gravações], mas, sinceramente, dou um voto de confiança ao Marconi Perillo. E acho que ele está aberto a qualquer investigação que haja", afirmou Serra. O ex-governador disse ainda que seu partido, o PSDB, o mesmo de Perillo, está "mergulhado" nos trabalhos de instalação da CPI que investigará as relações de Cachoeira com políticos e empresários no Congresso.

ESSE É LULA

Lula diz a aliados que CPI tem de ser feita 'doa a quem doer'

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu anteontem no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, vários parlamentares para discutir a CPI do Cachoeira. Ele despachou, separadamente, com o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), o antecessor Cândido Vaccarezza (PT-SP) e os senadores Gim Argello (PTB-DF) e Renan Calheiros (PMDB-AL). A despeito dos receios da presidente Dilma Rousseff, Lula disse que a CPI tem de ser feita "doa a quem doer". Ele atribuiu ao empresário Carlinhos Cachoeira um "esquema" para destruir o seu governo, desde o caso Waldomiro Diniz, em 2004, passando pela denúncia de propina nos Correios --que resultou no mensalão--, um ano depois. Líderes partidários protocolaram na noite de ontem o pedido de abertura da CPI. A comissão, que obteve o número mínimo de assinaturas nesta terça-feira, vai investigar a relação do empresário de jogos ilegais com políticos, servidores públicos e empresários. Para a CPI ser instalada, o requerimento precisa ser lido em sessão do Congresso, prevista para a próxima quinta-feira. A reunião deve ser presidida pela vice-presidente do Legislativo, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), já que o presidente José Sarney (PMDB-AP), internado em São Paulo, pediu licença do cargo.