domingo, 4 de março de 2012

SUSTO

Lula é internado com infecção pulmonar

Uma infecção pulmonar levou o ex-presidente Lula de volta ao hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, neste domingo (4).Segundo boletim médico, Lula foi internado após apresentar febre baixa. Constatou-se, então, infecção pulmonar de leve intensidade. O político, em luta contra um câncer na laringe, está sendo tratado com antibióticos, via endovenosa. Ele havia encerrado o tratamento contra o tumor no dia 17 de fevereiro. Na semana anterior, um exame havia apontado sumiço do tumor. Lula deverá ficar internado pelos próximos dias. O ex-presidente foi levado ao hospital no início desta tarde. Os médicos estavam monitorando o estado de Lula pelo telefone. Com as queixas de febre leve, decidiram internar o ex-presidente para facilitar a medicação. O paciente será submetido a exames entre hoje e amanhã para diagnóstico mais preciso da gravidade da infecção pulmonar. Diagnosticada em outubro, a doença não impediu que Lula continuasse a cumprir agenda política. Na semana passada, ele teve encontro com sua sucessora, a presidente Dilma Rousseff, que durou três horas. "Ele é um animal político", já resumiu o presidente do Instituto Lula e sócio do ex-presidente, Paulo Okamotto.

APERTO


CGU prepara decreto impondo ficha limpa para funcionalismo público

Controladoria Geral da União quer que todo o funcionalismo público federal tenha a ficha idônea; ação não será retroativa


A Controladoria Geral da União prepara um decreto que imporá a regra da ficha limpa para todos os funcionários públicos contratados no futuro. Um dos textos usados como base é o sancionado no Distrito Federal, pelo governador Agnelo Queiroz (PT), informa Felipe Patury, de Época. Redação semelhante ao DF também já está sendo adotada pelo Governo do Estado de São Paulo. Por lá, até o fim deste semestre, será preciso comprovar ficha limpa para assumir cargo público. O decreto da CGU só terá força para o âmbito do funcionalismo público federal.

O CERCO AOS CANALHAS ESTÁ PERTO

PROJETOS

Brasil e China: Dois gigantes tentam equilibrar disparidades



Brasil e China, dois dos gigantes da economia mundial atual, puseram suas cartas sobre a mesa e concordaram em equilibrar as disparidades do comércio bilateral, e ao mesmo tempo fortalecer ainda mais seus nexos estratégicos em diversas esferas


O palco propício para esse diálogo foi a segunda reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Acordo e Cooperação (Cosban), efetuada em Brasília, copresidida pelo vice-presidente do Brasil, Michel Temer, e o vice-primeiro-ministro da China, Wang Qishan. Dados oficiais refletem que desde 2009 a China é o primeiro sócio comercial do Brasil e a principal fonte de novos investimentos no gigante sul-americano. Precisam que em 2011, o intercâmbio comercial totalizou 77,1 bilhões de dólares, dos quais 44,3 bilhões corresponderam a exportações brasileiras e 32,8 bilhões a importações chinesas. As estatísticas mostram que o superávit comercial do Brasil com a China em 2011, crescente a US$ 11,5 bilhões, equivale a 38% de saldo positivo total da balança comercial nacional. Tal relação e nível de comércio não pode, então, ser desprezada, muito menos neste momento em que as potências econômicas do mundo, Estados Unidos e as pertencentes à União Europeia, atravessam a pior crise financeira desde 1929. Para muitos analistas a presente é ainda mais grave que aquela. Prova irrefutável da importância que concede Brasília a seus laços com Pequim foi dada pela própria presidente Dilma Rousseff ao escolher o gigante asiático como destino de sua primeira viagem a um país fora do âmbito regional, em abril de 2011, a três meses e dias de se ter convertido na primeira mulher em comandar os destinos desta nação sul-americana. Mas, como em todo nexo entre dois colossos, existem diferenças a equilibrar e para isso precisamente viajou Qishan ao Brasil, acompanhado de uma extensa delegação de servidores públicos e de empresários chineses, interessados em incrementar ainda mais a presença de Pequim no gigante sul-americano. Em conferência de imprensa conjunta no Palácio de Itamaraty, onde se realizou a reunião da Cosban, Temer e Qishan coincidiram na necessidade de fortalecer os nexos bilaterais e trabalhar para diversificar ainda mais o comércio, os investimentos e a cooperação em diversas esferas, bem como incrementar a coordenação nas reuniões internacionais. Sobre os vínculos comerciais bilaterais, Temer apontou o interesse brasileiro de incrementar as exportações de carnes (avícola, de porco e bovina) e de produtos manufaturados, uma vez que atualmente 80% dos envios de Brasília a Pequim são básicos: soja, ferro e petróleo. Também, prosseguiu, solicitamos à parte chinesa que coloque no centro de sua atenção nosso desejo de uma regulação voluntária de suas exportações para o Brasil, pois estamos preocupados com o aumento em massa e indiscriminado de produtos chineses no mercado brasileiro". Nesta mesma semana, o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, foi mais explícito e indicou que o governo brasileiro pediu a seu par chinês que reduza voluntariamente suas exportações de produtos como têxteis, calçados e eletrônicos, a fim de proteger a indústria nacional. Não obstante a petição, Temer expressou sua segurança de que a segunda Cosban incrementará ainda mais as relações entre os dois países e revelou a conformidade de ambas partes de realizar este tipo de encontro anualmente e não bienal como se projetou de início. Por seu lado, Qishan manifestou a necessidade de que Pequim e Brasília reforcem a colaboração bilateral e trabalhem de maneira conjunta contra o protecionismo, bem como pelo sucesso das cúpulas dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), do G-20 -as principais 20 economias do mundo- e da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Destacou que os dois países avaliaram positivamente os resultados da cooperação nas áreas econômico-comercial, investimentos, financeira, ciência, cultura, educação, tecnologia, turismo e esportes e manifestaram seu interesse de incrementá-las ainda mais. Reafirmamos, apontou Qishan, a intenção de manter a trajetória de crescimento de nosso intercâmbio comercial e otimizar a pauta bilateral (atualmente favorável ao Brasil em 11,5 bilhões de dólares), além de aumentar os investimentos recíprocos em infraestrutura e indústria. A parte chinesa continuará incrementando a importação de produtos brasileiros de alto valor agregado, precisou Qishan, quem chamou a aproveitar a Cosban para criar um bom ambiente de cooperação. Pontuou que "com o esforço conjunto das duas partes nosso futuro será ainda mais esplendido".

 Cooperação científica e tecnológica

Como resultado da segunda Cosban e a visita da extensa delegação chinesa, ambas nações decidiram criar o Centro Brasil-China de Pesquisa e Inovação em Nanotecnologia (CBC-Nano), ciência que trabalha com objetos e matérias 10 mil vezes menores ao diâmetro de um cabelo. A ordem para a instalação do CBC-Nano apareceu no Diário Oficial da União no dia seguinte de realizada a Cosban, e estabelece que o centro terá a forma de uma rede cooperativa de pesquisa e desenvolvimento como mecanismo de implementação do Acordo sobre Colaboração Científica e Tecnológica, assinado entre os dois países como parte dos objetivos estratégicos nacionais nesta esfera. O CBC-Nano coordenará as atividades vinculadas com a cooperação Brasil-China na área da nanotecnologia, deve promover o avanço científico e tecnológico da investigação e aplicações das matérias nanoestruturadas. Assim mesmo, consolidar e ampliar a pesquisa em nanotecnologia, expandindo a capacitação científica com o objetivo de explorar os benefícios resultantes dos desenvolvimentos associados a envolvimentos tecnológicos, e desenvolver programas de mobilização de empresas instaladas em Brasil para possíveis extensões no área de nanomatérias.