terça-feira, 1 de outubro de 2013

DESIGUALDADE CONTINUA CAINDO. BOLSA-FAMÍLIA É O MAIOR RESPONSÁVEL

Mais de 1 milhão de pessoas saem da extrema pobreza em 2012

desigualdade de renda registrou queda em 2012, apesar de o desempenho da economia ter sido considerado fraco. O PIB (Produto Interno Bruto) aumentou 0,9% no ano passado, enquanto a renda per capita das famílias cresceu, em média, 7,9%. As famílias mais pobres, em especial, conseguiram evolução na renda maior do que a média, 14%, entre os 10% mais pobres da população. Os dados são Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), no estudo Duas Décadas de Desigualdade e Pobreza no Brasil Medidas pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgado nesta terça-feira (1º). A população extremamente pobre (que vive com menos de US$ 1 por dia) caiu de 7,6 milhões de pessoas para 6,5 milhões. A população pobre (que vive com entre US$ 1 e US$ 2 por dia), de 19,1 milhões de pessoas para 15,7 milhões. Segundo o presidente do Ipea, Marcelo Neri, três milhões e meio de pessoas saíram da pobreza em 2012 e 1 milhão da extrema pobreza, em um ano em que o PIB cresceu pouco. — Para a pobreza, o fundamental é o que acontece na base – cuja renda cresceu a ritmo chinês. O bolo aumentou com mais fermento para os mais pobres, especialmente para os mais pobres dos pobres. Os principais indicadores do crescimento dos rendimentos da população são a posse de bens duráveis – como televisão, fogão, telefone, geladeira e máquina de lavar – e o acesso a serviços públicos essenciais – como energia elétrica, coleta de lixo, esgotamento sanitário e acesso à rede de água. A ampliação da posse de bens e de acesso a serviços se deve, em grande parte, a dois fatores: o aumento da renda do trabalho e o impacto do Bolsa Família. "Nos últimos dez anos, o protagonista da redução da desigualdade é a renda do trabalho, o coadjuvante principal é o Bolsa Família", diz o estudo. De acordo com o Ipea, de 2002 a 2012, 54,9% da redução da desigualdade foi devido à contribuição da renda do trabalho. O Bolsa Família contribuiu 12,2% para essa queda. — O Bolsa Família é um custo de oportunidade social, tem mais impacto sobre a desigualdade do que a Previdência. A Previdência é o terceiro fator que mais contribui para a redução da desigualdade, 11,4% para os que ganham acima do piso do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e 9,4% para os que ganham um salário mínimo (R$ 678). Se somados os dois grupos, a Previdência tem impacto superior ao do Bolsa Família.

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Delta é suspeita de desviar R$ 300 milhões de obras públicas, diz PF

Ao menos R$300 milhões teriam sido desviados de obras públicas federais, estaduais e municipais pela empresa Delta Construção de 2007 a 2012, segundo informações divulgadas por investigadores da Polícia Federal nesta terça-feira (1º), durante ação para desmantelar o esquema. O alvo principal da operação é o empresário Fernando Antonio Cavendish Soares, dono da construtora. Mais cedo, cerca de 100 policiais se mobilizaram para cumprir 20 mandados de busca e apreensão. Um deles aconteceu no apartamento de Cavendish, na avenida Delfim Moreira, na praia do Leblon, área nobre da zona sul carioca. O empresário, no entanto, não foi encontrado em casa. Outros três mandados foram cumpridos na sede da empresa, no centro do Rio, e nos escritórios, em São Paulo e Goiânia. Foram apreendidos documentos, computadores, R$ 350 mil em espécie e três carros de luxo, sob suspeita de terem sido adquiridos com dinheiro ilícito. "Essa transferência [de verba pública] era feita pela Delta para contas de 19 empresas de fachada e possivelmente grande parte [do dinheiro] era sacado em espécie por procuradores dessas mesmas empresas de fachada", disse o delegado federal Tacio Muzzi Carvalho e Carneiro, coordenador da operação batizada de Saqueador. A polícia confirmou que até agora foi constatado apenas a transferência de verba da Delta para as empresas de fachada. O foco inicial da investigação é o crime de lavagem de dinheiro, mas o esquema inclui ainda formação de quadrilha, corrupção ativa, passiva e peculato. "Com relação a essas empresas de fachada o que já se materializou na investigação é que a sede social não é compatível com o montante de recurso movimentado em suas contas correntes. Os sócios também não ostentam capacidade econômico financeira relativa ao volume de recursos transitado nessa conta e a maior parte nunca teve funcionário registrado", afirmou o delegado em referência aos indícios de desvio de verba pública da Delta. Investigação aponta que "há um grupo de 10 a 20 laranjas em comum" envolvidos no esquema. Essas empresas de fachada tinham registro na Junta Comercial, mas a maior parte não tinha sequer uma sede social real. Os nomes das empresas de fachada e dos laranjas envolvidos não foram divulgados. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços comerciais e residenciais. Segundo a PF, a Justiça autorizou o sequestro de bens no valor de R$ 330 milhões de Cavendish e outros dez investigados. O valor se aproxima do montante de recursos públicos que a polícia acredita ter sido desviado. A perícia nas contas da Delta será feita in loco, seguindo um procedimento pouco comum. Os policiais vão ficar pelo menos 30 dias dentro da sede da Delta no Rio e na filial em São Paulo analisando planilhas, contratos e documentos.

RAIO X

A partir desta terça-feira a PF faz um "raio x" na empresa Delta. Durante todo o mês de outubro será realizada na construtora uma perícia contábil financeira para levantar mais provas de desvios. Até o fim da tarde não havia informações sobre mandados de prisões expedidos pela Justiça.

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