sábado, 7 de julho de 2012

COMO SE EXPLICA UMA DESMORALIZAÇÃO DESSA?


Promotoria quer fim de bolsa-paletó de vereador da cidade de SP

Benefício, que funciona como um extra para parlamentares, já foi extinto na Assembleia de SP


SÃO PAULO - Após derrubar antiga regalia - o auxílio-paletó - concedida pela Assembleia Legislativa de São Paulo a seus 94 deputados, o Ministério Público agora está de olho nas Câmaras municipais em todo o Estado. A promotoria quer identificar Legislativos que pagam o benefício e agir para excluí-lo do contracheque dos vereadores. A estratégia é fazer inicialmente um levantamento junto às presidências das câmaras dos 644 municípios paulistas e verificar quem está pagando a verba inconstitucional, formalmente chamada ajuda de custo. O procedimento seguinte será a expedição de uma recomendação para interrupção do desembolso. Em caso de resistência, o caminho poderá ser a Justiça. Na quinta-feira, 5, o Ministério Público deu o primeiro passo na ofensiva antipaletó. A Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital - braço do Ministério Público que investiga corrupção e improbidade -, encaminhou ofício 4.231/2012 ao setor da instituição que coordena as promotorias com atuação na área cível e da tutela coletiva. O promotor Saad Mazloum, que subscreve o documento, sugere mobilização das Promotorias do Patrimônio Público em todo o Estado para que investiguem se as Câmaras municipais estão pagando o paletó. "A economia para o erário deverá ser extraordinária diante desse efeito em cascata ao contrário", ele estima. "A Assembleia Legislativa não paga mais. Todas as Câmaras não podem pagar também." Mazloum expediu ainda a recomendação número 1, endereçada diretamente ao Palácio Anchieta, sede da Câmara de São Paulo, a maior do País, com 55 vereadores. "A concessão da ajuda de custo ora visada carece de sustentação, afigurando-se verdadeira deformação da natureza jurídica do subsídio e, por conseguinte, violação do sistema remuneratório traçado constitucionalmente", alerta Mazloum. O promotor assinala que a Câmara "outorgou ajuda de custo aos vereadores, vulgarmente denominada auxílio-paletó, em flagrante descompasso com as imposições normativas que regem a matéria, eis que desvirtuada a natureza indenizatória de referida verba".

EM PLENO SÉCULO XXI, EM MEIO A UMA DEMOCRACIA COMO A NOSSA, TEMOS QUE NOS DEPARAR COM CASOS COMO ESSE, SENDO QUE OS PRÓPRIOS VEREADORES É QUE DEVERIAM TOMAR A INICIATIVAS PARA ACABAR COM TAMANHA BARBARIDADE INSTITUCIONAL. ISSO INCLUI TODOS OS PARTIDOS, INCLUSIVE O 'SEU PT'. AOS POUCOS A DEMOCRACIA MANIFESTA-SE ATRAVÉS DE HOMENS HONRADOS, COMO OS DO MINISTÉRIO PÚBLICO, PARA ACABAR COM OS PRIVILÉGIOS DO PASSADO. SE SOUBERMOS USAR O GRANDE INSTRUMENTO CHAMADO "LEI DE ACESSO A INFORMAÇÕES", CONSEGUIREMOS AVANÇAR MUITO NA DEMOCRACIA E NA TRANSPARÊNCIA PÚBLICA.

JOGO DE XADREZ


PSB ameaça candidatura de Henrique à presidência da Câmara dos Deputados

Em meio aos desentendimento com o PT na disputa municipal, o PSB dá prova de que o incômodo do PT diante de suas pretensões nacionais não é em vão. Segundo a agência Reuters, o partido presidido pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, já está gestando uma candidatura própria à presidência da Câmara, em 2013. A candidatura socialista ameaça o acordo entre PT e PMDB, que se revezam na presidência da Câmara desde 2007. Em 2013, seria a vez de o peemedebista Henrique Eduardo Alves (RN) assumir o lugar de Marco Maia (PT-RS). O que deve preocupar os dois maiores partidos do Congresso Nacional é que o PSB não está sozinho na empreitada e tem se aproximado do PSD e do PCdoB, que totalizariam 94 votos na Câmara. O nome mais forte no PSB para concorrer à presidência da Câmara é o deputado Márcio França (SP), que regressa à Câmara após deixar a Secretaria de Turismo do governo de São Paulo. Na avaliação dos socialistas, o nome poderia até seduzir tucanos, dada a proximidade entre os partidos em São Paulo.