terça-feira, 1 de maio de 2012

É DA TERRINHA. É DOS MAIAS


Agaciel Maia cai na rede de Cachoeira

Porque onde tem confusão, irregularidade, imoralidade, basta cutucar um pouquinho que o nome do norte-rio-grandense Agaciel Maia, o ex-diretor do Senado que mesmo envolvido em escândalos virou deputado distrital, aparece. Os grampos da Operação Monte Carlo ganham novo cenário. O inquérito contem gravação de uma conversa do deputado distrital Agaciel Maia (PTC) com José Olímpio Queiroga, um dos líderes da quadrilha de Cachoeira preso desde o dia 29 de fevereiro, quando a Operação Monte Carlo foi deflagrada. Os dois negociavam o voto pela emenda que permitia a instalações de postos de gasolina somente em estabelecimentos novos. Maia nega a interferência e diz que apoia a quebra do monopólio do combustível. A lei complementar no 01/2011, apresentada pelo distrital Chico Vigilante (PT), previa que supermercados e shoppings pudessem ter postos de gasolina nas intermediações. A norma contraria o cartel de combustível instalado em Brasília. Em 15 de junho de 2011, o deputado Raad Massouh (PPL) apresentou uma emenda para que a autorização fosse dada apenas para as empresas que conseguissem a licença depois da aprovação da lei, excluindo quem já tem o posto instalado, mas não em funcionamento. As gravações foram feitas com autorização judicial. Queiroga estaria sendo cobrado por um homem identificado como Ricardo Porto e depois entra em contato com Agaciel Maia. Segue as conversas grampeadas na tarde da votação da emenda:

Ricardo: “Rapaz, ele assinou do lado contrário à gente. Cara, cê acredita? Tô te falando cara”

José Olímpio: “Ah, mas cê tá brincando!”

Ricardo: “Tô te falando! Contra a gente! O Agaciel vai se queimar à toa, cara”

As gravações da PF mostram que, em seguida, Olímpio telefonou para o deputado distrital.

José Olímpio: “Alô, deputado, como é que tá você?”

Agaciel Maia: “Tô bem, graças a Deus. E você?”

José Olímpio: “O meu amigo Marcola, Ricardo Porto ligaram agora! Rapaz, cadê aquele seu amigo lá? Você não tá contra o Raad”

Agaciel Maia: “E não votei favorável, rapaz? (...) Eu ainda tirei um voto que era deles: o (deputado) Cristiano Araújo (PTB). (...) Agora, eu fiz aquele discurso, esculhambei com todo mundo e tal, mas votei a favor!”

Em nota, o deputado Chico Vigilante afirma que está estupefato com os fatos, “apesar de ter dito e repetido diversas vezes que o crime organizado estava por trás da aprovação do projeto de lei complementar 01/2011”. Cristiano Araújo afirma não ter conhecimento de nenhuma motivação, além das convicções dos parlamentares, para a aprovação da proposta. Ele nega conhecer as pessoas envolvidas na investigação e acredita que seu nome foi citado fora de contexto pelo deputado Agaciel Maia. “Para o parlamentar, a emenda corrige imperfeições do projeto original, preservando os consumidores do DF de eventuais monopólios no setor de combustíveis”, afirmou, em nota, a ssessoria de imprensa do distrital. O distrital Raad Massouh disse que não conhece Carlos Cachoeira e nem José Olímpio e afirma que não fez qualquer tipo de acordo para a elaboração da emenda.

A emenda foi aprovada por 13 parlamentares.

NADA DE POVO, TUDO PARA O PRÓPRIO BOLSO


Deputado tucano usou cargo para agilizar vistos do grupo de Cachoeira


Gravações feitas pela Polícia Federal apontam que o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) usou o prestígio do cargo de presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara para agilizar a emissão de vistos internacionais a pedido do grupo do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo sob a acusação de comandar um esquema de jogo ilegal, acionou Leréia para conseguir um visto para sua sogra Meire Alves Mendonça e uma babá viajar aos EUA no ano passado. O tucano também teria obtido vistos para familiares do ex-vereador Wladimir Garcez (PSDB), apontado como operador do esquema. Leréia é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal que apura suas ligações com Cachoeira. As gravações obtidas pela imprensa mostram Cachoeira celebrando a posse do deputado como presidente da comissão de Relações Exteriores em 2 de março de 2011: "Você agora é o homem dos vistos, é?". O deputado brinca e cita o episódio envolvendo os passaportes aos filhos do ex-presidente Lula. "Rapaz, o primeiro que quero chamar é o Lula pra depor. Aquele negócio dos vistos dos filhos dele. Vou falar 'o Lula vem cá, vamos fazer um acordo'. O pessoal perguntou se falo inglês, falei 'estudei junto com o Lula, somos colegas de turma'". Às 17h10 de 27 de abril, Leréia e Cachoeira comentam a emissão do visto de Meire Mendonça, mãe de Andressa, sua mulher. "Quando que ela tem a viagem dela, tá previsto pra quando?", questionou Leréia. "Você põe aí Leréia a viagem dela quando liberar o visto aí", disse Cachoeira. O deputado disse: "Vou antecipar pra ela aqui. 9 de maio não sei se dou conta, vou viajar. A data do dia 20 de maio dou conta. Tá bom né?". No mesmo diálogo o deputado cita o visto da filha de Wladimir Garcez: "A do Wladimir também tô resolvendo dele aqui". Cachoeira respondeu que, como a filha de Garcez já tinha conseguido o documento, era preciso cuidar do visto de sua sogra e da babá Elisângela. Leréia deixou a presidência da comissão no mês passado. Segundo as gravações, Leréia é suspeito de ter recebido R$ 25 mil de Cachoeira. Num diálogo o empresário chega a passar os números de seu cartão de crédito ao deputado. Leréia disse que não vai se manifestar enquanto não tiver acesso à integra do inquérito. A defesa de Cachoeira não foi localizada para comentar o assunto. Os advogados do empresário têm evitado se pronunciar sobre os diálogos sob a alegação de que foram captados de maneira ilícita.

APROVEITE AS ELEIÇÕES DESSE ANO E VOTE EM QUEM PRESTA à LUZ E ÀS ESCURAS DA SUA VISTA

ESSE É O PSDB E ALIADOS


Cachoeira negociou compra de partido político, diz PF


Gravações feitas pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo indicam que o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, negociou a compra do controle de um partido político. Uma sequência de diálogos ocorrida entre os dias 6 e 16 de maio de 2011 indica que as tratativas envolveram o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). No dia 5 daquele mês, apontam os grampos, Cachoeira, acusado de corrupção e suspeito de comandar um rede de jogo ilegal, havia jantado com Perillo na casa do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO). No dia seguinte, Cachoeira conversa com Edivaldo Cardoso, ex-presidente do Detran-GO, que também participara do encontro. "O partido que o Marconi falou ontem é o P de pato, R, P de pato?", pergunta Cachoeira. "O cara de Brasília, que eu ajudei muito na campanha, é do partido. Eu tô olhando com ele. Hoje é chefe de gabinete do Agnelo." O tio de Monteiro é presidente do PRP (Partido Republicano Progressista) em Brasília e Claudio Monteiro foi candidato a deputado distrital pela sigla, em 2010. Cachoeira contou a um aliado que estava "de olho" no PRP e que o objetivo era "tomar o partido".


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