Agaciel Maia cai na rede de Cachoeira
Porque onde tem confusão, irregularidade, imoralidade, basta cutucar um pouquinho que o nome do norte-rio-grandense Agaciel Maia, o ex-diretor do Senado que mesmo envolvido em escândalos virou deputado distrital, aparece. Os grampos da Operação Monte Carlo ganham novo cenário. O inquérito contem gravação de uma conversa do deputado distrital Agaciel Maia (PTC) com José Olímpio Queiroga, um dos líderes da quadrilha de Cachoeira preso desde o dia 29 de fevereiro, quando a Operação Monte Carlo foi deflagrada. Os dois negociavam o voto pela emenda que permitia a instalações de postos de gasolina somente em estabelecimentos novos. Maia nega a interferência e diz que apoia a quebra do monopólio do combustível. A lei complementar no 01/2011, apresentada pelo distrital Chico Vigilante (PT), previa que supermercados e shoppings pudessem ter postos de gasolina nas intermediações. A norma contraria o cartel de combustível instalado em Brasília. Em 15 de junho de 2011, o deputado Raad Massouh (PPL) apresentou uma emenda para que a autorização fosse dada apenas para as empresas que conseguissem a licença depois da aprovação da lei, excluindo quem já tem o posto instalado, mas não em funcionamento. As gravações foram feitas com autorização judicial. Queiroga estaria sendo cobrado por um homem identificado como Ricardo Porto e depois entra em contato com Agaciel Maia. Segue as conversas grampeadas na tarde da votação da emenda:
José Olímpio: “Ah, mas cê tá brincando!”
Ricardo: “Tô te falando! Contra a gente! O Agaciel vai se queimar à toa, cara”
As gravações da PF mostram que, em seguida, Olímpio telefonou para o deputado distrital.
José Olímpio: “Alô, deputado, como é que tá você?”
Agaciel Maia: “Tô bem, graças a Deus. E você?”
José Olímpio: “O meu amigo Marcola, Ricardo Porto ligaram agora! Rapaz, cadê aquele seu amigo lá? Você não tá contra o Raad”
Agaciel Maia: “E não votei favorável, rapaz? (...) Eu ainda tirei um voto que era deles: o (deputado) Cristiano Araújo (PTB). (...) Agora, eu fiz aquele discurso, esculhambei com todo mundo e tal, mas votei a favor!”
Em nota, o deputado Chico Vigilante afirma que está estupefato com os fatos, “apesar de ter dito e repetido diversas vezes que o crime organizado estava por trás da aprovação do projeto de lei complementar 01/2011”. Cristiano Araújo afirma não ter conhecimento de nenhuma motivação, além das convicções dos parlamentares, para a aprovação da proposta. Ele nega conhecer as pessoas envolvidas na investigação e acredita que seu nome foi citado fora de contexto pelo deputado Agaciel Maia. “Para o parlamentar, a emenda corrige imperfeições do projeto original, preservando os consumidores do DF de eventuais monopólios no setor de combustíveis”, afirmou, em nota, a ssessoria de imprensa do distrital. O distrital Raad Massouh disse que não conhece Carlos Cachoeira e nem José Olímpio e afirma que não fez qualquer tipo de acordo para a elaboração da emenda.
A emenda foi aprovada por 13 parlamentares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário