domingo, 24 de junho de 2012

NA SUA CIDADE TEM ISSO?


Sarney é homenageado como pioneiro do nepotismo sustentável

SÃO LUÍS - Reconhecido internacionalmente pelo comprometimento com parentes em cargos públicos, José Sarney foi condecorado com a ordem de Senador Orgânico Sustentável numa cerimônia realizada na Rio+20. "Divido essa homenagem com meu povo. Sinto-me estimulado a fixar metas para que todos os órgãos públicos tenham, pelo menos, 12 parentes de deputados e senadores até 2015", explicou, cofiando o bigode acaju. Convidado para palestrar na mesa "Da fisiologia Verde à Verdinha: Perspectivas", Sarney elencou 193 maneiras de se reciclar no poder. "É preciso saber dosar as emissões de verbas entre a base de apoio e os currais eleitorais", vaticinou, enquanto empregava dois parentes distantes em uma tribo Yanomami. Elogiado pela preservação das tradições populares em seu Estado, o Amapá, Sarney aproveitou a oportunidade para anunciar uma conferência no Maranhão. "O evento debaterá o nepotismo sustentável e se chamará Sarney+200", explicou o senador, enquanto empregava 47 parentes na Cúpula dos Povos. A governadora Roseana Sarney participará hoje da mesa "Bigodes reciclávies: como preservar a tradição sem depredar o meio-ambiente".

SE VOCÊ NÃO MUDA, SUA VIDA TAMBÉM NÃO MUDA

PRESTEM ATENÇÃO: AINDA HÁ POLÍTICOS QUE PRESTAM

Senado: Paulo Paim, que é do PT, enfatiza necessidade de se acabar com o voto secreto no congresso



A tendência, no Senado Federal, é aprovar um texto que acabe de vez com o voto secreto na aprovação de matérias. O senador Paulo Paim (PT/RS) é autor da Proposta de Emenda a Constituição (PEC 50) que acaba com o voto secreto no parlamento. Segundo o senador, a aprovação da PEC dará transparência e a população saberá como cada deputado ou senador votou determinado assunto. “Não dá pra ter meio termo, a minha PEC, PEC 50, que eu vou torcer muito para que o Congresso vote, acaba com o voto secreto,  ela tira da Constituição a palavra voto secreto e nem uma votação para mim deveria ter o voto secreto, cada parlamentar tem que assumir sua posição”. Ele explicou ainda que a matéria está pronta para ser votada e que não vê razões para que ela não seja aprovada e justificou dizendo… “Se eu vou votar com o governo ele tem que saber como eu votei e se eu tiver uma divergência ele também que saber”.


VOCÊ VAI VOTAR EM QUEM?


No Rio Grande do Norte, o crime compensa


Esta semana fez exatamente um mês. 

O que você acha que aconteceria caso uma das principais lideranças políticas do estado fosse flagrado em escutas telefônicas combinando o uso da conta pessoal de um tesoureiro de campanha para transferir dinheiro a fim de comprar apoio político de dois vereadores da capital? Se esse líder político fosse o marido da governadora do estado e um dos vereadores a serem comprados fosse o presidente da Câmara Municipal da capital?  Se esse mesmo líder, marido da governadora, em outra ligação, ao conversar sobre a defecção de dois deputados estaduais da campanha da mulher, dissesse literalmente que tinha “um dinheirinho para mandar” na tentativa de reverter a mudança de voto dos dois deputados? E se um desses dois deputados fosse o presidente da Assembleia Legislativa? E se você ouvisse que seriam depositados R$ 100 mil na conta de campanha de um deputado federal mas que esse dinheiro não era dele? Ou seja, que o grupo político teria que inventar recibos e notas fiscais frios para retirar esse dinheiro da conta do deputado para uso na campanha ao senado. E se essa candidata ao senado, eleita, fosse a atual governadora do estado? E se você ouvisse diversas gravações mostrando as articulações para uso de notas fiscais frias para justificar gastos de campanha na prestação de contas? Você não veria nisso um escândalo político sem igual na história do estado em questão? Você não esperaria ver o tema estampado em todos os jornais locais e, inclusive, em veículos nacionais?  Você não gostaria de ver uma ação enérgica do Procurador Geral da República para investigar e punir exemplarmente os envolvidos - cujos crimes supostos prescreverão apenas em 2018? Por que, então, o #Caixa2doDEMnoRN, com raras exceções, não foi destaque dos veículos convencionais de imprensa? Por que sequer revistas como a CartaCapital não lhe deram espaço? Por que apenas o jornal O Globo se interessou e, ainda assim, foi silenciado pela ação do líder do PMDB na Câmara Federal? E por que ninguém se indignou com essa afronta à liberdade de imprensa? Por que ninguém se indigna com a incapacidade da Procuradoria Geral da República em responder, há praticamente um mês, sobre o que foi feito de uma investigação que recebeu há três anos?  Por que essa enorme inação, silenciamento, sufocamento histórico? Porque, parece, no RN o crime compensa. Para os poderosos. Mesmo que tantos elementos e indícios claros tenham sido levantados e deixem perplexos o que os lêem e ouvem, os poderosos têm o direito de não serem incomodados até que os seus supostos crimes prescrevam. 

E tudo com a anuência, parece, do espreguiçador geral, Roberto Gurgel. 

Vamos deixar, como sociedade, que crimes tão evidentes restem, ao fim, impunes? Vamos deixar que aqueles que fazem o meio campo entre a comunidade e os fatos prossigam omitindo fatos dessa gravidade? Quantos outros ainda serão sonegados? Quantos criminosos restarão impunes e aparecerão como éticos e perfeitos políticos? Probos.