quinta-feira, 9 de maio de 2013

E NO DIA DO PROGRAMA DO PT NA TV...


Circo e fogo

09MAI
O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), descartou nesta quarta-feira a  possibilidade de deixar o partido. Ao mesmo tempo, reafirmou que “torce” para  que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, não seja candidato a presidente.  Para Gomes, uma candidatura de Campos é “incensada”, mas “os apoios não são  sinceros”. Em palestra em São Paulo no Instituto Fernand Braudel de Economia  Mundial, o governador do Ceará disse ainda que a campanha à sucessão no Planalto  foi antecipada pelo PT porque havia “muita intriga” entre o ex-presidente Luiz  Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff. — Acho que estava havendo muita intriga entre Lula e Dilma e uma situação de  desconforto para Lula, que teve de mostrar que não é candidato à Presidência.  Mas isso criou um grande problema para Dilma — avaliou o governador do  Ceará. Cid Gomes considerou “boatos” as informações de sua eventual saída do PSB,  mas confirmou que, ao final do governo, no ano que vem, deixará por um tempo a  vida política. Ele disse querer passar dois anos em Washington, trabalhando no  Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), instituição com a qual já  trabalhou. Gomes descartou a possibilidade de ser candidato ao Senado, liberando  a vaga na campanha para partidos aliados. — O PSB é o partido de que gosto e participo e que permanecerei. Não  considero a hipótese de sair do PSB —disse ele. Para o governador do Ceará, a candidatura de Campos tem sido incentivada pela  oposição, que, com o gesto, gostaria de dividir a base aliada do governo. Ele  também inclui entre os apoiadores integrantes de partidos aliados que desejam  ganhar mais espaço no governo. — Penso que o melhor é manter uma aliança com o PT nesta eleição. O PSB deve  manter a aliança, mas tensionando e buscando levar o governo mais à esquerda.  Uma candidatura de Eduardo (Campos) é hoje muito incensada, mas isso é  artificial. Os apoios não são sinceros. Estão dando corda para ver o circo pegar  fogo. A toda a oposição interessa a candidatura de Eduardo, assim como para  todos aqueles que têm demandas não atendidas — disse ele. Para Cid Gomes, uma eventual saída do PSB do governo libera os dois  ministérios mantidos pela legenda, o que agrada a partidos do arco de aliança do  governo. — A candidatura interessa muito para fragilizar (o governo) ou para melhorar  os espaços dos que já estão na base aliada. Sou a favor de um projeto nacional  para o partido, mas que não deve ser agora. Cid Gomes defendeu que o partido apoie Dilma à reeleição, mas que deixe claro  que vai disputar o cargo em 2018. Mas, uma eventual candidatura própria em 2014,  segundo ele, serviria para minar os projetos regionais do PSB: — Com a candidatura, vamos ter dificuldades de formar os nossos palanques  regionais. O PSB pode conseguir uma aliança com o PTB, mas a troca seria de dar  ao PTB o governo de Pernambuco. Uma candidatura põe em risco o avanço que  queremos no plano regional — disse Cid Gomes, afirmando que a prioridade é  manter o PSB nos seis estados governados pela legenda (Ceará, Pernambuco,  Paraíba, Piauí, Espírito Santo e Amapá). Apesar de se posicionar contra a candidatura própria da legenda, Cid Gomes  foi cauteloso ao falar de Eduardo Campos. Ele disse ter sido colocado em posição  antagônica ao governador de Pernambuco, mas teceu elogios ao companheiro de  legenda. — Eu torço para que Eduardo não seja candidato. Mas uma coisa é achar que  temos de manter uma aliança com o PT e outra é ser contra a candidatura. Eduardo  é o governador mais popular do Brasil.