sábado, 3 de dezembro de 2011

NINGUÉM SE ILUDA

São Paulo: Dilma influenciará eleições de 2012

A avaliação é do presidente do UP, Sidney Kuntz, especialista em marketing político e analista de pesquisas eleitorais e administrativas

A avaliação positiva do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) na Região Metropolitana de Campinas (RMC), num porcentual mais elevado do que o do governo do Estado, administrado pelo tucano Geraldo Alckmin, conforme pesquisa divulgada nesta quinta (1) pelo Instituto Unidade de Pesquisa (UP), indica que a petista poderá ter influência nas eleições municipais do ano que vem. A avaliação é do presidente do UP, Sidney Kuntz, especialista em marketing político e analista de pesquisas eleitorais e administrativas.

De acordo com Kuntz, a mostra, realizada em 19 municípios da Região Metropolitana de Campinas, para o "Jornal Todo Dia", é um indicativo do peso político que a presidente terá nas eleições do ano que vem. "Isso porque a despeito da herança que a presidente Dilma recebeu do governo Lula, inclusive a pecha de afilhada política, a população vem identificando o seu governo com vida própria e sabe que os problemas que ela vem enfrentando, no tocante às denúncias envolvendo alguns ministros, são fatos remanescentes do governo anterior. Isso é muito significativo."

A sondagem aponta que a administração da presidente é avaliada como "ótima" ou "boa" por 51,8%, como "regular" por 28,8% e como "ruim" ou "péssima" por 16,5% dos entrevistados, sendo que 2,9% não souberam responder. A gestão do governador de São Paulo, por sua vez, é considerada "ótima" ou "boa" por 49,7%, "regular" por 33,1% e "ruim" ou "péssima" por 11,%, sendo que 5,6% não souberam responder. O levantamento foi promovido entre os meses de outubro e novembro, com mais de 7 mil entrevistados e tem margem de erro de 1,1 ponto porcentual, para mais ou para menos.

Kuntz destaca que a presidente Dilma Rousseff teve no Estado de São Paulo, nas eleições 2010, 45% dos votos. E hoje, tem de aprovação 51,8% na Região Metropolitana de Campinas. No entender do analista, essa avaliação é um indicativo que a força política de Dilma não pode ser desconsiderada pelos adversários, sobretudo pelos tucanos. "Até seis meses atrás, falava-se apenas na influência de Lula em alavancar as candidaturas do PT e aliados nas eleições 2012. Mas, a presidente vem demonstrando que pode também ocupar este cenário, pois se situa no meio termo entre o conservadorismo e o populismo", emendou.

EM NOME DA REPRESENTATIVIDADE

Antagônicos, deputados oposicionistas tentam união representativa na Assembleia Legislativa


Um novo bloco partidário poderá ser criado na Assembleia Legislativa. O PT, do deputado Fernando Mineiro, e o PSD, com os deputados Gesane Marinho e José Dias, poderão formar um grupo para, com isso, ganharem direito a representação no colégio de líderes do Legislativo. Isoladamente, como estão agora, nenhuma das duas legendas pode usufruir de voto no colégio de líderes. As articulações dos dois partidos ainda não foram concluídas, mas já deflagradas pelos três deputados. Os deputados do PSD são egressos do PMN, cuja bancada continua com assento entre os líderes. Nessa composição PT-PSD o que ainda não foi definido é quem será o líder da bancada.  A estratégia que os dois partidos tentam é semelhante a que foi feita pelo PTB, de Ezequiel Ferreira, o PV, de Gilson Moura, e PSDB, de Gilson Moura. Com representantes únicos eles não teriam como ocupar vaga no colégio de líderes, se uniram e estão agora com assento. A preocupação dos partidos em terem direito a voto no colégio de líderes ocorre porque é esse grupo de deputados que define quais projetos terão dispensa de tramitação. Para representação nesse colegiado, o partido ou bloco precisa de, pelo menos, três deputados. As propostas só seguem com regime de urgência se tiverem unanimidade na votação do colégio de líderes. Atualmente, o grupo de líderes na Assembleia tem representantes do PSB, deputada Márcia Maia; PMN, deputado Raimundo Fernandes; PMDB, Walter Alves, e PTB, Ezequiel Ferreira. Se prosperar a articulação PT-PSD o colégio de líderes ganhará um representante da oposição ao Governo Rosalba Ciarlini. Nesse momento, o colégio de líderes está em discussão porque o Governo quer dispensa de tramitação para o projeto do Import RN, que oferecerá vantagens para as exportações. Mas o PSB ainda não concordou com o regime de urgência. Na próxima quarta-feira ocorrerá uma reunião dos líderes onde a bancada governista tentará a liberação da tramitação do projeto.