Oposição tem que dizer ‘o que é contra e o que é a favor’, afirma FHC
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que o seu partido, o
PSDB, deve dizer “o que é contra e o que é a favor” para marcar suas
posições em relação governo federal, em entrevista nesta segunda-feira,
5, ao programa Roda Viva, da TV Cultura. Durante sua participação no programa, FHC falou sobre política,
economia e a sociedade brasileira, entre outros temas. Ele admitiu que
seu partido não soube “deixar uma marca” nas políticas sociais, apesar
dos esforços do seu governo nessa área, e atribuiu a isso a imagem mais
associada às parcelas ricas da população. FHC lembrou também que, durante a sua Presidência, ocorreram algumas
crises econômicas e “a situação da população era objetivamente pior”. “A
política depende muito das circunstâncias”, observou. Ao ser questionado o slogan em inglês “Yes, we care”, que sugeriu
para o PSDB em recente evento partidário, FHC esclareceu que não
pretendia ser interpretado literalmente. “Imagine se eu iria falar isso
pro povo. Só se fosse um débil mental”, disse. O ex-presidente comentou a atual situação da economia nacional, que
avançou muito nos últimos anos, e afirmou que, segundo ele, “o Brasil
está saindo de uma fase de escassez para um começo de prosperidade”.
Sobre a nova classe média, ele disse que hoje ela é apenas uma “classe
de renda”. FHC prevê que no futuro, a nova classe vai superar a busca
pelo acesso e vai querer mais qualidade. “É essa hora que entra a
questão do valor.” Além do jornalista Mario Sergio Conti, que apresenta o programa, participaram da bancada o diretor de Conteúdo do Grupo Estado, Ricardo Gandour; o editor-executivo do jornal Folha de S. Paulo, Sérgio Dávila; o colunista do jornal O Globo,
Ancelmo Góis; a psicanalista e escritora Maria Rita Kehl, e a
historiadora e antropóloga, professora titular de Antropologia da USP,
Lilia Schwarcz. Redes sociais. FHC destacou mais de uma vez durante o
programa o papel importante que atribui às novas formas de comunicação,
como os sites de relacionamento e outras plataformas da internet. “Acho
que hoje em dia que está fora do Facebook não está na vida real”, disse
logo no início da transmissão. “Esse mundo me fascina”, admitiu o ex-presidente, que aos 80 anos
estreou nesta segunda-feira sua página na rede social criada pelo
norte-americano Mark Zuckerberg. FHC destaca que não é “usuário
habitual” desses meios, mas já apresenta uma visão pessoal sobre sua
utilização. O ex-presidente criticou a exposição pessoal através da rede
e disse não achar que o espaço deve ser usado para dizer “fiz isso, fiz
aquilo, estive com fulano”.
Veja como foi:
23h43 - Termina o programa Roda Viva.
23h40 - Ao comentar sua estreia no Facebook, FHC
afirma que “o mundo novo é um mundo que tem essa discussão direta” e
admite: “Esse mundo me fascina.” Ele diz não ser “usuário habitual” das
redes sociais, mas afirma ter “interesse pelo que acontece”. O
ex-presidente critica a exposição de si mesmo através da rede e diz que
não achar que o espaço deve ser usado para dizer “fiz isso, fiz aquilo,
estive com fulano”. Para resumir seu sentimento sobre os novos meios,
afirma: “Tem muita coisa boa no mundo.”
23h32 - Estimulado a comentar a criação da Comissão
da Verdade pelo governo Dilma, FHC afirma ser “totalmente favorável” ao
projeto. “As vitimas têm o direito de saber o que aconteceu”, ressalta.
Ele diz ter sido vítima da ditadura e ter visto pessoas que foram
torturadas. “Pra mim não é uma questão retórica, é uma questão
existencial.” Ele conclui indicando que acredita que o modo como a
Comissão da Verdade foi feita é “equilibrada”.
23h25 - Gandour questiona se o modelo chinês seria
perigoso, por unir desenvolvimento econômico e falta de democracia. Para
FHC, pode ser uma tentação para “atrasar” determinadas ações. Ele
afirma que o governo “hesita entre modelos” e cita como exemplo a
privatização dos aeroportos. “Não se assume.”
O ex-presidente afirma que considera a Educação um setor “essencial”.
“O mundo mudou muito e nos continuamos ensinando a mesma coisa”,
afirma. “Acho que tem que ir mais fundo, não adianta só dar mais.” Ele
diz se assustar com um dado sobre as escolar: “A evasão escolar estava
ocorrendo pela falta de interesse do aluno no que estava sendo
lecionado.”
Sobre a economia, diz que o mundo “só vai sair” da situação atual
quando “abrir novas frentes de investimento”. Segundo FHC, “tanto a
China como os Estados Unidos sabem disso e estão se preparando”.
23h10 - Após pergunta pré-gravada do ex-governador
de São Paulo José Serra sobre as diferenças entre o governo FHC e o
governo Lula, o tucano destaca a atual situação da economia. “Pela
primeira vez a definição de desindustrialização cabe”, diz o
ex-presidente. “Quando saí, a indústria era 60% e a os commodities 40%, e
agora se inverteu”, afirma FHC, que atribui a mudança ao cenário
externo.
O ex-presidente critica a criação de cargos de confiança e diz que há
clientelismo demais no governo federal. É um “botim do Estado, vou
repartir o Estado e assim tenho uma maioria”, diz FHC ao descrever a
mentalidade atual. Ele afirma que, se pudesse dar um conselho à
presidente Dilma Rousseff, diria que “não precisa de uma maioria tão
grande”. “Se você quiser uma maioria absoluta, 80%, você vai ter que
negociar com todo mundo.”
22h59 - Sobre a crise europeia, FHC afirma que
faltou capacidade política e que isso é “preocupante”. O ex-presidente
aponta a “falência dos partidos” europeus como uma das causas da crise
política que acompanhou os problemas econômicos. Ao ouvir uma comparação
com o Plano Real, ele diz que a Europa terá que fazer os seus
sacrifícios e se reorganizar, como ocorreu no Brasil para superar a
hiperinflação. FHC destaca que a falta de punição aos grandes banqueiros
norte-americanos é um problema. “Houve crime, mas não houve castigo.”
22h49 - Ricardo Gandour lembra que ele tem escrito
sobre a predominância do mercado e pergunta se, no âmbito econômico, não
é mais difícil fazer oposição devido aos avanços do País nos últimos
anos. “Na pratica hoje, o que orienta é o mercado”, responde FHC. “Está
todo mundo obcecado com o mercado.” Ele diz que, na Europa, os governos
“de esquerda e de direita” caem porque o mercado “está lá embaixo”.
Para o ex-presidente, a crítica à corrupção pode ser vista como um
“estilo UDN”, mas destaca que os jovens “nem sabem o que é UDN hoje em
dia”. O partido tem que dizer “o que é contra e o que é a favor”, opina.
Questionado se foi isso que faltou na campanha de 2010, ele responde.
“Não posso falar da ultima, mas falta em geral.” Segundo o
ex-presidente, nas redes sociais não existe “individualismo possessivo” e
as pessoas “querem ser pessoas, querem opinar”.
Sobre as novas classes médias, ele diz que hoje são apenas “classes
de renda”. FHC prevê que no futuro, a nova classe vai superar a busca
pelo acesso e vai querer mais qualidade. “É essa hora que entra a
questão do valor.”
22h39 - Lilia Schwarcz lembra de posição sobre a
ação afirmativa e compara àquela expressa pelo ex-presidente sobre a
descriminalização da maconha. “Equidade é o principal problema para mim.
É preciso ter equidade”, diz FHC sobre as ações afirmativas para
negros.
Sobre a questão das drogas, ele diz que a “preocupação veio pela
desmoralização das instituições”. FHC cita número de mortos na guerra
contra o narcotráfico no México e compara aos mortos dos EUA no Vietnã.
“O país que mais progrediu nesta matéria foi Portugal, que conseguiu
diminuir o consumo e descriminalizar.”
FHC diz que, com base em estudos que leu, sabe que “a maconha faz
menos dano do que o álcool e do que o cigarro” e pergunta: “Porque não
fazer com a maconha o que fizeram com o cigarro?”
22h34 - Após ouvir pergunta pré-gravada do
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sobre o grande número de
partidos no País, FHC diz que temos “legendas, não partidos”. O
ex-presidente lembra que as “poucas tentativas” de alterar esse quadro,
“como a cláusula de barreira”, foram derrubadas na Justiça.
22h28 - Maria Rita Kehl lembra declarações de FHC
sobre a impossibilidade de incluir todos na economia e sobre “quebrar a
espinha” dos petroleiros em greve durante seu governo. Sobre a primeira,
FHC diz: “Nos vivemos no regime capitalista. O regime capitalista
raramente dá pleno emprego.” Ele destaca que não queria dizer que era
“impossível” a inclusão de todos, mas que naquele momento não ocorreria.
O ex-presidente lembra que, durante seu governo, havia a hiperinflação e
diz que na atualidade “dá pra incluir”.
“O Brasil está saindo de uma fase de escassez para um começo de
prosperidade”, analisa FHC. Sobre a segunda declaração, o ex-presidente
afirma que a greve era política e a frase foi “uma força de expressão”.
Ele lembra que, na década de 1980, participou das greves no ABC e do
início da Força Sindical. Sobre a greve na refinaria, diz que os
grevistas queriam “criar condições de inviabilidade do governo”.
22h19 - Conti lembra critica de FHC a Lula, na qual o
compara aos stalinistas. O ex-presidente afirma que é um exagero, mas
destaca que o Congresso perdeu importância durante o governo petista e
diz que Lula tem um discurso que deixa a entender que “começou tudo”.
22h15 - Sérgio Dávila lembra do slogan “Yes, we
care” e pergunta se acha que isso funciona. “Imagine se eu iria falar
isso pro povo. Só se fosse um débil mental”, responde FHC. Ele diz que
usou a expressão em inglês em evento político para exemplificar o que
acredita ser o discurso certo para o partido, mas ressalta que não
espera que o slogan seja usado em inglês.
22h13 - FHC destaca o papel das novas tecnologias e
diz que falta ao partido a capacidade de se apresentar nesses meios. “O
povo muda”, diz ele, indicando que o partido deve seguir essas mudanças.
22h10 - Ao iniciar o programa, o apresentador lembra
de uma pesquisa que mostra que o PSDB é um partido mais identificado
com os ricos e o PT, com os pobres. Ele pergunta se é um problema de
comunicação. Para FHC, “dizer que não consegue se comunicar é colocar
toda a culpa na comunicação”. O ex-presidente afirma que seu partido não
soube “deixar uma marca” nas políticas sociais e apresentar os esforços
do governo nesta área. FHC lembra que, durante sua presidência,
ocorreram crises e “a situação da população era objetivamente pior”. “É
muito difícil para quem melhorou e antes economicamente era pior que
antes era melhor.” O ex-presidente conclui que “política depende muito
das circunstâncias”.
22h00 - Antes do início do programa, Mario Sérgio
Conti lembra que Fernando Henrique Cardoso lança nesta segunda-feira, 5,
o seu perfil no Facebook. Ao ser questionado sobre o motivo da adesão à
rede social, afirma: “Acho que hoje em dia que está fora do Facebook
não está na vida real.”
NOTA DO BLOG: ACASO A OPOSIÇÃO DIGA O QUE É CONTRA E O QUE É A FAVOR A SUA SITUAÇÃO SÓ VAI PIORAR. VÃO DIZER QUE É A FAVOR DA LEGALIZAÇÃO DAS DROGAS E PERDERÃO PARTE DOS EVANGÉLICOS AMIGOS. DIRÃO QUE NÃO ACHAM "TÃO IMPORTANTE O VOTO ABERTO NO CONGRESSO" E PERDERÃO AINDA MAIS A CLASSE MÉDIA COMO ELEITORES. TERÃO QUE DIZER QUE CONTINUARÃO OS PROJETOS: BOLSA-FAMÍLIA, PROUNI, MINHA CASA, MINHA VIDA, EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, PAC, TRANSNORDESTINA, NORTE-SUL, SAMU, FAMÁCIA POPULAR, REDE CEGONHA E SÓ EXALTARÃO O ATUAL GOVERNO. CONCLUSÃO: COM MUITA CERTEZA, O PSDB VAI CONTINUAR ENROLANDO OS ELEITORES E ADOTANDO A TESE DO DENUNCISMO PARA DERRUBAR MINISTROS EM ESCALA. CONFORME DISSEMOS, OUTROS VIRIAM NO RODÍZIO DE MINISTROS. A VELHA MÍDIA QUER MOSTRAR QUE AINDA TEM FORÇA E FAZ A TABELINHA. AGORA NESTA SEMANA O ALVO DA VEZ É O MINISTRO FERNANDO PIMENTEL. ESTÃO QUERENDO CHEGAR MAIS PERTO DA PRESIDENTA. ATENTEM BEM!
QUEM DERA TIVESSEM ELES OS ARGUMENTOS QUE A OPOSIÇÃO DE JOSÉ DA PENHA TEM PARA SUGERIR MUDANÇAS. CERTAMENTE O PSDB, OS DEMOS E DEMAIS TERIAM MUITOS E PLAUSÍVEIS MOTIVOS PARA SEREM ALTERNATIVAS. O PT INCOMODA MESMO.