domingo, 5 de maio de 2013

REFLEXÃO DE UM ESTADISTA. FENOMENAL!


Valores perdidos

05MAI
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acha que o PT precisa recuperar “valores” que teriam sido “banalizados por conta da disputa eleitoral” e que precisa “provar que é possível fazer política com seriedade” no país. As declarações foram feitas por Lula numa entrevista que deu em fevereiro ao sociólogo Emir Sader e a um pesquisador argentino, Pablo Gentili, para o livro “10 Anos de Governo Pós-Neoliberal no Brasil – Lula e Dilma”, que será lançado no dia 13. Trechos do livro foram antecipados ontem pela revista “IstoÉ” e pelos jornais “O Estado de S. Paulo” e “Globo”. “O PT precisa voltar a acreditar em valores que a gente acreditava e que foram banalizados por conta da disputa eleitoral”, diz Lula na entrevista, ao refletir sobre as mudanças sofridas pelo partido depois de dez anos no poder. Sem fazer menções explícitas ao escândalo do mensalão, que abalou seu primeiro mandato, Lula diz na entrevista que o PT aprendeu a fazer alianças para governar, mas cometeu “os mesmos desvios que criticava” antes. “Você pode fazer o jogo político, aliança política, coalizão política, mas não precisa estabelecer uma relação promíscua para fazer política”, afirma o ex-presidente. “O PT precisa voltar urgentemente a ter isso como tarefa dele.” Ecoando discurso adotado pelo PT para se contrapor ao resultado do julgamento do mensalão, Lula defende na entrevista reformas no sistema eleitoral e o financiamento público das campanhas. “Às vezes tenho a impressão de que partido político é um negócio, quando, na verdade, deveria ser um item extremamente importante para a sociedade”, conclui. Sem mudanças, diz, a política ficará “mais pervertida que em qualquer outro momento”. O Supremo Tribunal Federal concluiu que o apelidado 'mensalão' foi um esquema de compra de apoio político que distribuiu milhões de reais a partidos que aderiram a Lula após sua chegada ao poder, mobilizando recursos públicos e empréstimos bancários mesmo sem provas. Os petistas negam que tenha havido compra de votos no Congresso e alegam que o suposto mensalão era apenas um esquema de caixa dois para financiar dívidas contraídas pelo PT e pelos partidos aliados nas eleições de 2002. Lula faz na entrevista apenas uma breve menção ao caso, para criticar a mídia: “Se não tivéssemos cuidado, não iríamos discutir mais nada do futuro, só aquilo que a imprensa queria que a gente discutisse”, diz ele. Descrevendo-se como “um indesejado que chegou lá”, Lula afirma que houve uma tentativa de acabar com seu governo e o PT após o mensalão, e ataca a oposição. “Passaram-se seis anos e quem acabou foram eles. O DEM nem sei se existe mais. O PSDB está tentando ressuscitar o jovem Fernando Henrique Cardoso porque não criou lideranças”, afirmou. Sobre a presidenta Dilma Rousseff, Lula disse ter enfrentado resistência até mesmo de amigos quando decidiu lançá-la como sua sucessão. Ele diz na entrevista que ouviu que ela não tinha experiência e não era “do ramo”. Sua resposta, segundo afirmou, foi de que era preciso surpreender o Brasil com a “novidade” de eleger uma mulher para a Presidência da República.

FALTA MUITO! SOMOS LENTOS! MAS HOUVE MUDANÇA, SIM

Ações anticorrupção aumentam prisões por crimes contra gestão pública

O número de detentos no sistema penitenciário brasileiro por crimes contra a administração pública, como corrupção e peculato, cresceu 133% entre dezembro de 2008 e dezembro de 2012 - sete vezes mais que o aumento da população carcerária total. Atualmente, 2.703 pessoas cumprem pena no Brasil por esses motivos, entre funcionários públicos e particulares sem ligação com o governo. Ainda assim, ocupam menos de 1% das celas do País. Os dados são do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão do Ministério da Justiça que compila dados prisionais das 27 unidades federativas. Entre todos os crimes contra a administração pública, o que registrou maior crescimento foi o peculato - cometido por servidor que se apropria de bem público no exercício do cargo. O aumento de prisões por esse crime foi de 220% desde 2008. Segundo o Depen, os números levam em conta apenas condenações, e não prisões temporárias. A série histórica começa em 2005, mas foi só em 2008 que os registros começaram a ser informados com detalhes pelo órgão. Antes disso, o número só havia ultrapassado a barreira dos 2 mil presos em 2007. No ano seguinte, as prisões desabaram, mas voltaram a crescer constantemente até chegar aos atuais valores

Cerco. Dados de outros órgãos federais reforçam a tese de aumento nas punições de funcionários públicos. A Controladoria-Geral da União (CGU) expulsou 564 servidores acusados de irregularidades em 2011, mais que o dobro que no início da década passada. E as prisões de servidores feitas pela Polícia Federal atingiram o auge entre 2006 e 2008, quando quase 400 pessoas por ano foram presas nas operações do órgão. Entre as mudanças apontadas por especialistas como responsáveis pelo aumento nas punições, estão a criação de novos órgãos de controle, como a própria CGU (nascida em 2001), além de aprovação de leis mais rígidas, como a da Ficha Limpa e a da compra de votos. Além disso, há novas técnicas para descobrir crimes, como o monitoramento do patrimônio dos servidores para detectar enriquecimentos incompatíveis com a renda, adotado na cidade de São Paulo. Se há avanços, também existem desafios para combater a corrupção endêmica no Brasil. "Ainda temos muito o que fazer na área das licitações, no financiamento das campanhas e no funcionamento de órgãos de controle, principalmente os Tribunais de Contas", afirma ela.