Garis mortos na Marginal Pinheiros começaram trabalho semana passada
Motorista era bancário e foi autuado por homicídio doloso; ele se recusou a passar pelo bafômetro, mas PM diz que ele tinha 'sinais claros de embriaguez'
O gerente de banco Fernando Mirabelli, de 32 anos, foi preso em flagrante
ontem depois de atropelar e matar dois garis e ferir um terceiro no
acesso da Marginal do Pinheiros à Ponte Ari Torres, em Cidade Jardim, na
zona sul de São Paulo. Segundo a polícia, ele estava embriagado e em
alta velocidade quando perdeu o controle do veículo, uma Toyota Hilux. Mirabelli, que mora na Chácara Sergipe, em São Bernardo do
Campo, no ABC Paulista, retornava de uma casa noturna em Guarulhos. O
acidente aconteceu por volta das 7h, quando ele tentava chegar à casa
dos pais, no Campo Belo, zona sul. Antes, já havia atravessado a Rodovia
Presidente Dutra, a Marginal do Tietê e a Marginal do Pinheiros. Mas foi na Ponte Ari Torres, que dá acesso à Avenida dos
Bandeirantes, que o motorista perdeu o controle do carro. Segundo
testemunhas, ele atropelou primeiro o gari Aldenir Abrantes Dantas, de
21 anos, que sinalizava com uma bandeira a existência de mais
trabalhadores à frente - ele ficou ferido. Em seguida, derrubou um
semáforo e subiu no guardrail. Com o veículo descontrolado, deslizou pelo guardrail e atingiu
Alex Damasceno de Souza, de 26 anos, e, depois, Roberto Pires de Jesus,
de 36. Os dois garis foram arrastados por cerca de 20 metros e morreram
no local. O carro ainda rodopiou e atingiu outro guardrail. "Tinha a
sinalização, com cones, mas ele estava a pelo menos uns 120 km/h, entrou
na curva cantando pneu", diz Gleidison Lima, de 34 anos, que também
trabalhava no local. O bancário ainda tentou fugir, mas foi impedido. "Tinha garrafa
de Jurupinga e de cerveja no banco de trás. Ele estava muito bêbado, não
conseguia parar em pé", afirma o também gari Humberto Orsi Neto, de 43
anos. No boletim de ocorrência consta que Mirabelli teria sido
agredido por um grupo de motoqueiros desconhecidos, e que por isso foi
levado ao Hospital Universitário. O bancário se recusou a passar pelo
teste do bafômetro e a fornecer sangue, mas ficou constatado no exame
clínico, duas horas após o acidente, que ele apresentava sinais claros
de embriaguez. Ele foi levado para a central de flagrantes no 89.º Distrito
Policial (Portal do Morumbi), e autuado por homicídio doloso, porque, ao
beber, assumiu o risco de matar, segundo a delegada plantonista Luciana
Zanella. De acordo com ela, Mirabelli disse que bebeu cerveja, mas às
21h de sexta-feira, sem especificar a quantidade. O caso será investigado pelo 34.º DP (Vila Sônia), responsável
pelo local do acidente. O motorista passaria a noite detido no 91.º DP
(Ceagesp). O advogado do bancário, Alexandre de Thomaso, disse que pedirá
na Justiça a liberdade provisória do cliente. Segundo ele, Mirabelli não
falou sobre bebidas alcoólicas e disse apenas que perdeu o controle do
carro porque foi fechado por outro veículo. "Ele estava em estado de
choque", disse. O pai do bancário, que não quis se identificar, foi ao
DP à tarde e não se manifestou.
Revolta. Os dois mortos começaram a trabalhar como garis na última semana. Os familiares foram ao 89.º DP e ficaram revoltados quando souberam que o atropelador estava bêbado. Segundo o segurança Ariomar Damasceno, de 33 anos, irmão de Alex, a lei é falha. "Tinha de ser mais rígida. Ele matou alguém que saiu para trabalhar e daqui a pouco estará livre", disse. Alex tinha um filho de 4 anos e seria pai novamente (a namorada está grávida). Ele morava no Conjunto Cingapura da Freguesia do Ó. Um dos três filhos de Roberto, o ajudante de cozinha Diego Santos, de 20 anos, também se revoltou. "Está cheio de advogados para defendê-lo (Mirabelli). Só espero justiça." A empresa onde os garis trabalhavam ofereceu às famílias auxílio funeral de R$ 400 e cesta básica por um ano. Aldenir está internado no Hospital Santa Marcelina. Ele sofreu fratura na bacia e não corre risco de vida.
NOTA DO BLOG: ATÉ QUANDO VAMOS ASSISTIR ESSES ASSASSINOS MATAREM DE PROPÓSITO OS PEDESTRES OU ATÉ MESMO OUTROS USUÁRIOS DE VEÍCULOS? A PRÓXIMA VÍTIMA PODE SER QUALQUER UM DE NÓS. A VIDA É UM DETALHE E SE TORNA UMA MERA ESTATÍSTICA ATUALMENTE NOS CASOS DE MORTES NO TRÂNSITO. OU LEVANTAMOS DAS NOSSAS CADEIRAS E PROTESTAMOS EM TODOS OS SENTIDOS OU CONTINUAREMOS ACOMPANHANDO CASOS DESSA NATUREZA ATÉ O DIA EM QUE NÓS VIRARMOS ESTATÍSTICA. O BLOG RECOMENDA MAIS UMA VEZ O SITE WWW.NAOFOIACIDENTE.COM.BR E SUGERE QUE TODOS PARTICIPEM DO ABAIXO-ASSINADO PARA MODIFICAR AS LEIS QUE TRATAM DAS PENAS RELACIONADAS A ESSE TIPO DE CRIME.
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