quarta-feira, 12 de outubro de 2011

ENQUANTO ISSO NO PALÁCIO DO REINO...




O tempo passa e com ele a erosão do vento, da água e do sol, afinal, água mole pedra dura tanto bate até que fura. O Csar já foi destituido pela própria natureza, graças ao bom Deus. Ficaram os príncipes, os mordomos, as prostitutas, os bobos da corte e o povo miserável na melhor das essências: a da liberdade. Em determinado momento, componentes do clero são chamados para conselhos. Eles estão ocupados com os fiéis mas sempre encontram um tempinho para o caminho serviçal do amo tão prontamente preparado a servir. No mesmo momento, insurgi-se a insatisfação inflamada pelo efeito da erosão inevitável. Os bobos sempre serão bobos. Muitos estão aflitos, morrendo de medo. Mas não têm apreensão pelo pão nem pelo circo, afinal estão interessados no próprio prato e no que nele há. E ai dos que queiram o que é certo. Seu bundão já tenta embriagar a plebe com o antídoto da ilusão pois já fora escolhido para estar no lado direito do el nuevo csar. Maria Joaquina tenta entrar nos quadros importantes, mostrando o título de nobreza que ela herdou. As prostitutas, "que são giletes que cortam de um lado ou do outro" e que dantes fingiam serem vermelhas não têm coragem nem dizer quem são na realidade. Csarinho nada mais é do que um fantoche, afinal, dentre o óbvio, tenta disfarçar o que a natureza do pecado o torna, isto é, eu sou o que não sou. Alguns soldados fiéis à moral, a verdade e aos bons costumes despertaram e sairam do palácio. Militam contra o sistema do império e exercem o que acreditam mesmo contra a vontade dos palacianos que ganham e não trabalham. Furiosos, estes não se conformam. Mas o capitão Aquarela faz questão de discursar para a plebe e dizer: esse dinheiro sempre foi meu. Os mordomos, coitados, servem e já são desprezíveis. Os principes estão virando sapo. Tentam comprar a consciência dos magos que rejeitaram o feitiço da cegueira. Marcam reuniões e já tentam distribuir brioches ao invés de pão. Tolos! Maria Antonieta, anos atrás, brincou com isso e foi degolada. Desvendem a história que se passa, em princípio, na velha Rússia pré-comunista e prepare-se para o ENEM. Ave!!! Csar, rogai por nós onde quer que você esteja. Ninguém é tão canalha quanto você, ó, mestre dos mestres. Os vermelhos querem a revolução e nós queremos manter os nossos brioches.

3 comentários:

  1. Estou um tanto admirado com tamanha pespicacia.Voce teve um toque sublime de genialidade e em tao poucas linhas tracar caricaturamente a cena da vida real de um imperio em que faco parte e vi acontecer.Prazer, sou um bolchevique.Nicolau II foi ceifado e seus seus sucessores estao perdidos sem saber como agir diante dos levantes, que nao resta duvida, ira aumentar.Pode ate ordenar aos seus milicos que disparem balas, mas elas traram efeitos indesejados, inflamando ainda mais a revolucao de outubro.Nao restara poder
    para os sangues azuis, apesar de seculos de dominacao, pois a multidao tem fome de mudancas.Prazer, sou um bolchevique.kkkkkkk Acho que posso fazer a prova do enem.

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  2. Conheço essa história de algum lugar, hahaha!Só não sei quem sou nesse conto, talvez ex-vermelho ou não, menos prostituta e nem gilete, isso é muito pra mim, hahahha. Mas como dizia uma propaganda capitalista: "Eu amo muito tudo isso" avante!!

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  3. Jerry, você compartilha com isso "O tempo passa e com ele a erosão do vento, da água e do sol, afinal, água mole pedra dura tanto bate até que fura. O Csar já foi destituido pela própria natureza, graças ao bom Deus". você sabe muito bem o que ele quis dizer.

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