Orlando Silva vai entregar cargo hoje, diz direção do PC do B
A direção do PC do B afirmou que o ministro Orlando Silva (Esporte) vai
entregar o cargo nesta quarta-feira (26) à presidente Dilma Rousseff. O governo já está buscando nomes para substituí-lo na pasta. Os cotados
para a vaga são os deputados Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Luciana Santos
(PC do B-PE) e Flávio Dino (PC do B-MA). Procurado pela Folha, Orlando afirmou que quem demite ou nomeia
ministro é a presidente Dilma. "Não dou nenhum passo sem a orientação da
presidente", disse em mensagem enviada por celular.
A situação de Orlando se agravou ontem (25), data em que o STF (Supremo
Tribunal Federal) iniciou, de fato, as investigações de um suposto
envolvimento do ministro na pasta. E após a imprensa
revelar que em julho de 2006 Orlando assinou um despacho que reduziu o
valor que a ONG do policial militar João Dias Ferreira precisava gastar
como contrapartida para receber verbas do governo, permitindo que o
policial continuasse participando de um programa social do ministério. O documento, revelado ontem pela reportagem, foi o primeiro a
estabelecer uma ligação direta entre Orlando e o policial, que hoje
acusa o ministro de comandar um esquema de desvio de dinheiro público
para alimentar o caixa do PC do B. Na segunda-feira (24), Ferreira prestou depoimento à Polícia Federal e
disse ter entregado áudios de uma reunião que fez com funcionários da
pasta para tentar resolver a prestação de contas de um de seus
convênios. Em entrevista após o depoimento, o policial afirmou que
existia ao menos 20 dirigentes de ONGs que poderiam confirmar o esquema. Revelou no sábado que o pastor David Castro, que dirige a Igreja
Batista Gera Vida, de Brasília, e recebeu R$ 1,2 milhão do Esporte,
afirmou que foi pressionado a repassar 10% do dinheiro para os cofres do
PC do B. Há dois critérios vistos como ideais no governo para orientar a nova
nomeação: ter perfil para jogar duro com Fifa e CBF, como deseja Dilma; e
ser capaz de desmobilizar as irregularidades no Esporte, mesmo que isso
implique demitir correligionários.
Orlando Silva, ministro do Esporte, presta esclarecimentos na Câmara; atrás dele, obra "Tiradentes ante o Carrasco" (1951), de Rafael Greco, mostra o incofidente indo à forca |
Ontem, após ouvir Orlando por mais de três horas na Câmara, a bancada do
partido se reuniu à noite na casa de Aldo Rebelo para discutir sua
situação. Pela primeira vez desde o começo da crise, há 11 dias, o PC do
B avaliou a situação do ministro como "muito difícil". Segundo relatos de participantes, o presidente do partido, Renato
Rabelo, contou aos presentes o teor de sua conversa com o ministro
Gilberto Carvalho (Secretaria Geral). Segundo Renato disse aos deputados, o chamado do Planalto ontem à tarde
foi para comunicá-lo da mudança da posição da presidente Dilma Rousseff
em relação ao cenário no Esporte.
Com a abertura do inquérito pelo STF, o Planalto avaliou que a crise
estava se agravando e seria difícil manter Orlando no cargo. Rabelo conversou com o advogado-geral da União, Luis Adams, para
explicar à bancada que o inquérito era "um processo administrativo",
segundo relatos. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza
(PT-SP), apareceu no final da reunião.
ENTENDA O CASO
Orlando é suspeito de participação num esquema de desvio de recursos do
programa Segundo Tempo, que dá verba a ONGs para incentivar jovens a
praticar esportes. A acusação foi feita à revista "Veja" pelo policial
militar João Dias Ferreira. O soldado e seu motorista disseram à revista que o ministro recebeu
parte do dinheiro desviado pessoalmente na garagem do ministério. Segundo o ministro, que tem desqualificado o policial militar em
entrevistas e nas oportunidades que falou do assunto, disse que as
acusações podem ser uma reação ao pedido que fez para que o TCU
(Tribunal de Contas da União) investigue os convênios do ministério com a
ONG que pertence ao autor das denúncias. Em nota, o Ministério do Esporte disse que Ferreira firmou dois
convênios com a pasta, em 2005 e 2006, que não foram executados. O
ministério pede a devolução de R$ 3,16 milhões dos convênios. De acordo com o ministro, desde que o TCU foi acionado, integrantes de sua equipe vêm recebendo ameaças.
NOTA DO BLOG: SE A PRESIDENTA DILMA CONTINUAR A FAZER OS GOSTOS DA DIREITA RAIVOSA E DA IMPRENSA COMPROMETIDA, AS FALSAS DENÚNCIAS NÃO VÃO PARAR. VÃO TENTAR CADA VEZ MAIS INVENTAR, ACUSAR SEM PROVAS E DESGASTAR O GOVERNO DELA. A PRESIDENTA ESTÁ INDO NESSA ONDA E SEU GOVERNO PODE FICAR MARCADO POR UMA SÉRIE DE DEMISSÕES PRÉVIAS QUE DEPOIS SE COMPROVARÁ QUE NÃO ACONTECEU NADA. E A INJUSTIÇA PERMANECERÁ. É ISSO QUE A OPOSIÇÃO QUER. CONTINUAR COM A TABELINHA. VAI PASSAR MAIS DOIS MESES E VIRÁ OUTRA DENÚNCIA QUE TEM QUE SE APURADA MAS NÃO DEVE ATRAPALHAR HOMENS DE BEM. ENQUANTO NÃO HOUVER PROVAS, ORLANDO SILVA É UM HOMEM DE BEM.
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