sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

DEUS ABENÇOE A NOSSA PRESIDENTA


Dilma diz que vai ampliar critérios para escolha de ministros



A presidente Dilma Rousseff aproveitou café da manhã com a imprensa para mandar um recado para sua base aliada. Disse que não vai aceitar ingerência dos aliados nos ministérios, ao ser questionada sobre os casos de irregularidades que derrubaram ministros. Subindo tom de voz, ela disse que vai "exigir cada vez mais os critérios [de escolha e acompanhamento de sua equipe]", acrescentando que "nenhum partido pode interferir nas relações de governo". Em seguida, fez questão de dizer, subindo ainda mais o tom: "Vale para qualquer partido". Sete ministros já deixaram o governo Dilma, seis após denúncias de corrupção. Dilma afirmou que seu governo é de "tolerância zero" com malfeitos e atos de corrupção. Ao mesmo tempo, ela afirmou também que jamais fará uma "caça às bruxas", destacando que todo mundo tem direito de se defender. "Eu não posso sair por aí apedrejando as pessoas e fazendo julgamento sem direito de defesa", afirmando, acrescentando que "por pressão nenhuma" fará isso. "Não tolerar malfeito de um lado, mas também não vou criar caça às bruxas." Durante a conversa, Dilma não deixou de alfinetar a imprensa, ao dizer que os escândalos ganham mais destaque na mídia do que os programas sociais do governo. "Parece até que existem dois Brasis", afirmou ao se queixar de que, enquanto ela se dedica a montar programas, a imprensa ficaria concentrada em outros temas. Em seguida, completou: "Obviamente que escândalo vende mais jornal".
Ela chegou a lamentar, sem citar nomes, a queda de alguns de seus ministros, afirmando que eram quadros competentes. Questionada sobre a crise mais recente, envolvendo seu ministro e amigo pessoal Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Dilma refutou o argumento de que teria dois pesos e duas medidas. "[O caso] do Pimentel não tem nada do meu governo." Ao ser confrontada com o caso de seu ex-ministro da Casa Civil, que enfrentou crise semelhante à de Pimentel, ela completou: "Mas o Palocci quis sair".
Dilma também evitou adiantar qualquer informação sobre a reforma ministerial prevista para janeiro. Ela chegou a dizer que imprensa iria ter uma "surpresa", quando foi indagada se estava nos seus planos reduzir o número de ministérios. "Não me venham com essa conversa. Não terá redução de ministérios, não é isso que faz a diferença no governo."

ECONOMIA

Num encontro que durou pouco mais de uma hora, Dilma, bem-humorada, afirmou ainda estar otimista para o próximo ano, dizendo que sua meta de crescimento para 2012 é de 5%, e não quis assumir compromisso em levar a inflação para o centro da meta no próximo ano. Segundo ela, o mais importante é manter uma "curva suave" da inflação em direção ao centro da meta, sinalizando que não irá impor sacrifícios ao crescimento em troca do combate a pressões inflacionárias. "O meu [cenário] é otimista. Crescimento de 4,5% a 5%. Minha meta é de 5%, de toda a área econômica também", afirmou Dilma, ao fazer suas previsões para o comportamento da economia no próximo ano. Questionada se esse crescimento não poderia levar a inflação para o centro da meta, ela, primeiro, disse ter "certeza de que a inflação fica sob controle, fazendo uma curva suave". Ou seja, sua orientação para a equipe econômica é seguir com os ajustes moderados na taxa de juros, combinada com estímulos à economia, para criar condições para o país recuperar seu crescimento em 2012 sem permitir uma inflação descontrolada.

JUDICIÁRIO

Dilma manteve sua posição de não apoiar um aumento de salário para o Judiciário, diante das pressões do STF (Supremo Tribunal Federal) e até de aliados, como os peemedebistas.
Segundo ela, uma política de gastos sem controle deixaria o governo fragilizado num momento de incerteza na economia internacional. "Não era hora de dar reajuste salarial para nenhuma categoria." Ao final da entrevista, porém, ela não quis antecipar se vetaria uma decisão do Congresso de incluir no Orçamento de 2012 uma previsão de aumento do Judiciário. "Não vou comentar decisão de outros Poderes." "Isso vale para todo mundo. Não me acho melhor do que ninguém", afirmou, justificando sua defesa de não dar reajuste ao Judiciário, acrescentando: "Eu não faço análises sobre Poderes", na hipótese de o Congresso aprovar o reajuste. Diante da insistência da imprensa, afirmou: "Eu não faço, e nem ninguém me fará fazer análises sobre outros Poderes. Se fizesse isso, seria uma grande leviandade".

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