segunda-feira, 11 de junho de 2012

ISSO É IMPORTANTE PARA VOCÊ, CIDADÃO


Semana quente no Congresso Nacional

A semana que vem pela frente, na sequência de um feriado frio e chuvoso na maior parte do País, deverá ser a mais quente de uma CPI, que, aos poucos, começa a engrenar. Depois do circo armado pelo bicheiro Carlos Cachoeira e seus comparsas, incluindo o senador Demóstenes Torres, que ficaram em silêncio nas suas sessões, os próximos dias prometem muito barulho. A começar pelo governador de Goiás, Marconi Perillo, que, na terça-feira 12, terá que explicar aos parlamentares como foi feita a venda de sua casa – a mesma onde Carlos Cachoeira foi preso no dia 29 de fevereiro. Até agora, já surgiram várias versões contraditórias sobre o negócio, inclusive sobre o valor – Marconi fala em R$ 1,4 milhão, mas gravações da Polícia Federal indicam que o preço talvez tenha sido R$ 500 mil maior. Marconi também classificou como “erro imperdoável” o fato de não ter checado a procedência dos cheques – eles foram assinados por um sobrinho de Cachoeira, embora o governador garanta ter vendido a casa a um empresário da área educacional. O comportamento do PSDB na sessão também não deve ter um padrão definido. Enquanto o deputado Fernando Francischini, do Paraná, promete fazer perguntas duras, o senador Aloizio Nunes Ferreira garante que Marconi irá “virar o jogo”. Um dia depois, será a vez do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Na CPI, ele deverá dizer que se encontrou uma única vez com Carlos Cachoeira, num evento do qual participaram ainda outros 40 empresários, ligados ao setor farmacêutico – o bicheiro também foi dono do Vitapan, um laboratório em Anápolis (GO). Ele também deverá chegar à CPI com a notícia de que a Delta não presta mais serviços ao Distrito Federal – a empreiteira está em processo de ser declarada inidônea no DF, antes mesmo que isso ocorra no plano federal. Na quinta-feira, será a vez de votar o requerimento pela convocação do homem-bomba, Luiz Antônio Pagot, ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Em entrevistas, Pagot afirmou que o Dnit foi usado para arrecadar recursos de campanha tanto para o PT como para o PSDB junto às empreiteiras. “Quero falar”, tem dito Pagot. O problema é que a CPI, aparentemente, não quer ouvi-lo. A exceção é senador Pedro Taques (PDT-MT), que apresentou o requerimento pela sua convocação. Nesse ambiente conturbado, será testada a coesão da base aliada. Setores do PT andam insatisfeitos com a relatoria do deputado Odair Cunha (PT-MG). Alguns parlamentares defendiam que Marconi Perillo fosse ouvido apenas após a quebra do seu sigilo bancário e fiscal, mas o acordo não foi respeitado. Cunha, por sua vez, tem dito que a CPI deverá se focar no bicheiro Cachoeira, e não na Delta. Enquanto isso, o PMDB, fiel da balança, ora fecha com o PT, ora com o PSDB. Sinal de que podem sobrar estilhaços para todos os lados.

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