Perillo mentiu sobre transação de compra de casa, diz relator de CPI
O relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), disse que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), mentiu ao explicar a transação de compra de um imóvel na capital goiana. Para o relator, Perillo montou uma "história" para que não ficasse evidenciada a relação do tucano com o empresário Carlos Cachoeira, preso desde o último dia 29 de fevereiro, acusado de comandar um esquema de jogos ilegais. "Com certeza [mentiu]. A história da casa foi para negar a relação do senhor governador com o senhor Carlos Cachoeira", afirmou Cunha após depoimento do arquiteto Alexandre Milhomen, contratado para realizar uma reforma no imóvel. Perillo afirma que a casa foi vendida por R$ 1,4 milhão ao empresário Walter Paulo Santiago. A Polícia Federal suspeita que Santiago tenha servido como laranja de Cachoeira, que foi preso neste mesmo imóvel. Santiago nega. "O que fica evidenciado é que quem contratou o arquiteto foi o senhor Carlos Cachoeira para decorar a casa que lhe pertencia e que comprou do senhor Marconi Perillo", afirmou o petista. No depoimento, Milhomen confirmou que foi contratado no fim de fevereiro por Cachoeira e Andressa para fazer o projeto de uma nova casa, que seria construída futuramente. Para esse serviço, o arquiteto afirma ter cobrado R$ 50 mil, a serem pagos em cinco parcelas de R$ 10 mil. Os áudios interceptados pela Polícia Federal indicam exatamente esse valor, mas não deixam claro qual era o serviço. Milhomem diz que depois disso, por volta de abril, Cachoeira e Andressa lhe disseram para interromper o projeto da nova casa. Como o serviço inicialmente contratado, segundo ele, não foi concluído, o arquiteto afirma que os clientes ficaram com crédito e que, com isso, os serviços de decoração interna em uma outra casa --a vendida por Perillo-- foram cobertos pelos mesmos R$ 50 mil inicialmente acertados. Integrantes do partido de Perillo na CPI contestam a condução das investigações feitas pelo relator. "Tenho a firme convicção que ele está sendo orientado pelo ex-presidente Lula, pelo PT. Ele não quer investigar nada que envolva recursos da Delta, do Dnit, que envolva repasses de recursos para o partido. Ele que saber onde foi comprado o papel de parede para a casa do governador que foi vendida", afirmou o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). Durante a sessão, alguns integrantes da CPI chegaram a levantar a hipótese de a comissão continuar os trabalhos durante o recesso previsto para iniciar no próximo dia 18 de julho. Cunha, no entanto, descartou essa possibilidade. "Tem que haver convocação do Congresso Nacional, não creio que em um período eleitoral nós teremos uma convocação para manter a CPI", disse o petista.
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