quarta-feira, 29 de agosto de 2012

OUTRA FORMA DE AGIR DOS 'AMIGOS' TUCANOS


Em CPI, ex-diretor de estatal paulista ataca tucanos 'ingratos'


Ex-diretor de engenharia da Dersa, a estatal paulista responsável por obras rodoviárias, Paulo Vieira de Souza, atacou, sem citar nomes, aqueles que qualificou como "ingratos". Ele deu a entender estar se referindo a integrantes do PSDB. As declarações foram dadas em depoimento à CPI do Cachoeira, nesta quarta-feira (29). "Eu pedi a Deus para ser convocado para essa CPI. Porque os incompetentes devem continuar com medo de mim. Aqui estou. Essa frase é para todos que foram ingratos. Eu fui demitido oito dias após entregar uma das maiores obras desse país [o trecho sul do Rodoanel]", disse. Paulo Preto, como é conhecido, foi nomeado diretor de engenharia da Dersa em 2007, no governo José Serra (PSDB). Sua saída ocorreu em 2010, já sob a gestão de Alberto Goldman, ex-vice de Serra, que renunciou ao cargo para disputar a Presidência da República. Souza, que afirmou considerar pejorativo o apelido pelo qual é conhecido, negou irregularidades sob sua gestão. Leu seu currículo, com passagens por diversos órgãos públicos e empresas privadas. Disse que nunca foi filiado a partidos políticos, "porque nunca quis misturar com a minha atividade". Na campanha de 2010, ele foi acusado por tucanos de ter embolsado R$ 4 milhões que seriam destinados por empreiteiras à campanha de José Serra. Ele nega as acusações e afirmou à CPI mover 16 processos, entre ações cíveis e criminais contra a revista "Isto É" e os tucanos que, conforme a reportagem, lhe acusaram. Ele nega ter obtido qualquer recurso junto a empreiteiras, seja para si próprio, seja para campanhas políticas. "Eu tenho 20 anos de setor público, de repente um determinado ET chega numa matéria, depois que eu estava fora há quatro meses do governo, dizendo que eu tinha ficado com R$ 4 milhões", disse. Entre os citados na reportagem --que, segundo Souza, negaram em juízo as declarações-- estavam o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, e o tesoureiro-adjunto Evandro Losacco. Ele afirmou existir, ainda, tucanos de "alta plumagem que não aparecem, por covardia". "Essa minha luta só termina quando acaba. Eu mando eles assistirem ao "Gladiador", mas eles não querem assistir ao "Gladiador". Não tem acordo comigo", disse o ex-diretor da Dersa. Souza afirmou ao relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), ter trazido consigo os dados de seu sigilo bancário. Ele afirmou ter trazido 25 DVDs comda dos que comprovam, segundo ele, que não houve irregularidades em sua gestão na Dersa.

SUPERFATURAMENTO
A convocação do ex-diretor da Dersa tem como justificativa oficial um assunto sem relação aparente com o esquema montado pelo empresário Carlinhos Cachoeira. Ele foi chamado para esclarecer suspeitas de superfaturamento na obra de ampliação da marginal Tietê, uma das principais vias da capital paulista. A obra era de responsabilidade de consórcio liderado pela Delta, empreiteira que, segundo a PF, tinha Cachoeira como sócio oculto na região Centro-Oeste. Souza afirmou, em sua defesa, que a Delta recebeu 1,9% do total contratado pela Dersa no período em que ele esteve à frente da diretoria de engenharia. Em todas as outras licitações, segundo ele, a empreiteira perdeu por apresentar valores acima de outros concorrentes. Ontem, também em depoimento à CPI do Cachoeira, o ex-diretor geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, afirmou que Souza, em 2009, o pressionou para aceitar um acréscimo contratual de R$ 270 milhões em convênio firmado pela Dersa com o Dnit para as obras do trecho sul do Rodoanel, em São Paulo. A obra era inicialmente orçada em R$ 3,6 bilhões. O governo federal, por meio do Dnit, participava com o aporte de R$ 1,2 bilhão. Segundo Pagot, a reivindicação de Paulo Preto era ilegal e representaria uma "temeridade". Pagot ainda classificou de "conversa de bêbado" um relato feito em entrevista, em junho, na qual disse que o dinheiro referente a esse acréscimo contratual tinha como objetivo financiar um caixa dois para o PSDB em São Paulo. Ele disse que a história foi contada por um amigo, em um bar, e que não era possível provar a história. 

PARA O LADRÃO QUE ROUBA E JUSTIFICA, EM DIÁRIAS INVENTADAS, O QUE ROUBOU, O SUPERFATURAMENTO É MUITO MELHOR. DÁ MAIS DINHEIRO, MAIS PRESTÍGIO, MAIS FAMA, MAIS CONFORTO. NA TERRA!

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