PEC no Senado acaba com salário de vereador
Você conhece algum parlamentar
que abdicaria do salário de vereador para trabalhar apenas por amor a cidade?
Saiba que essa proposta pode deixar de ser uma escolha e virar uma obrigação. É
que tramita no Senado Federal uma Proposta de Emenda Constitucional 35/2012 que
determina que cidade com menos de 50 mil habitantes não devem pagar salários
para os representantes do legislativo municipal. Caso a proposta seja aprovada,
pelo menos 90% dos municípios brasileiros ficariam sem o direito aos
proventos mensais de seus representantes. A PEC 35 também quer reduzir o repasse das prefeituras para a
manutenção das câmaras desses municípios que hoje é de 7% da receita para 3,5%.
Hoje a remuneração dos vereadores das cidades com até 50 mil habitantes
corresponde a 15% do teto do salário dos deputados estaduais (R$ 20 mil),
excluindo as verbas indenizatórias. A proposta começou a tramitar no fim do mês
passado e já conta com a adesão de 30 parlamentares e ganhou campanha nas
redes sociais por sua aprovação. De acordo com o senador, entre 1965 e 1975 só recebiam
pagamentos os vereadores das capitais e das cidades com mais de 200 mil
habitantes. A partir de 1975, todas as câmaras passaram a pagar os parlamentares.
Para o senador, não faz sentido localidades pequenas, com pouca arrecadação,
terem de desembolsar quantias elevadas para bancar legislativos municipais que
se reúnem, na maioria das vezes, uma ou duas vezes por mês. “Sem remuneração, os vereadores vão ser pessoas comprometidas
com a ética, o interesse público e o desenvolvimento da sua cidade”, acredita
ele. Para o senador, a proposta vai melhorar a qualidade das câmaras e ainda
contribuir para desafogar o orçamento das pequenas cidades. “Tem cidades com
seis vereadores, cada um recebendo R$ 5 mil, sem dinheiro para contratar um médico”, justifica. Ainda
não foi escolhido relator para a PEC na Comissão de Constituição e Justiça do
Senado, mas o senador afirmou que vai solicitar na semana que um nome seja
indicado o mais rápido possível. Aprovada nas comissões,
a PEC ainda tem de ser votada no plenário do Senado, antes de seguir para
apreciação na Câmara dos Deputados. “Sei que essa é uma medida antipática no
meio político, mas conto com o apoio da população para pressionar os
parlamentares para que ela seja aprovada”, defendeu.
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