PSD fragiliza bases da oposição no NE para eleição 2012
O PSD (Partido Social Democrático) se tornou uma linha auxiliar dos
aliados da presidente Dilma Rousseff no Nordeste, atraindo
ex-oposicionistas e fortalecendo o governo nas eleições de 2012. A cooptação de deputados estaduais, deputados federais, prefeitos e
vereadores pelo partido do prefeito Gilberto Kassab (São Paulo)
redesenhou o mapa nordestino, onde Dilma bateu o tucano José Serra por
70% a 30% dos votos na eleição de 2010. Nos nove Estados da região o PSD já tem sob seu comando 234 prefeituras.
Siglas de oposição como PSDB e DEM (que no passado teve nos grotões
nordestinos a sua fortaleza política) foram as que mais perderam nos
três maiores colégios (BA, PE e CE). Esse encolhimento coincide com o naufrágio eleitoral de líderes
oposicionistas como Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Marco Maciel (DEM-PE),
que não conseguiram a reeleição para o Senado em 2010. Na linha de frente da onda adesista, os governadores aliados de Dilma patrocinaram a migração para o PSD. Na Bahia, sob Jaques Wagner (PT), o PSD nasceu com 66 prefeitos (um
terço deles é de ex-tucanos ou ex-demistas). Com as adesões, o petista
tem na Assembleia Legislativa uma base maior que a de Antonio Carlos
Magalhães (1927-2007) em seu auge. Em Pernambuco, do governador Eduardo Campos (PSB), o PSD tem 20 prefeitos. Deles, 12 saíram do DEM, dois do PSDB, e um do PMDB. No Ceará, o esvaziamento do PSDB é operado com o aval do governador Cid
Gomes e do ex-ministro Ciro Gomes, do PSB. O partido de Tasso, ex-aliado
dos irmãos Gomes, perdeu metade dos 52 prefeitos que elegeu para o PSD. "Trata-se de uma operação casada desses governadores com o Planalto para
cooptar os prefeitos", afirmou o senador José Agripino (RN). No Rio Grande do Norte, o vice-governador Robinson Faria assumiu a
direção do PSD local, rompeu com a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e
cooptou 15 prefeitos.
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