Dilma lançará pacote de R$ 14 bilhões para recuperar desgastes com ‘faxina’
Órfã de uma marca no governo, presidente usa projetos prontos para mostrar resultados
10 de outubro de 2011 | 22h 30
Antes da reforma ministerial, prevista para janeiro, a presidente Dilma
Rousseff vai lançar um pacote de programas turbinados com investimentos
que somam pelo menos de R$ 14 bilhões até o fim de seu mandato, em 2014.
Para virar a página da "faxina" na equipe de governo – chamada por ela
de "reestruturação" – a ordem é divulgar ações de impacto a cada duas
semanas.
As medidas ocorrem após um período de ajuste fiscal que marcou o
início do governo Dilma, com anúncio de cortes de R$ 50 bilhões.
Até agora, a presidente não conseguiu criar uma marca de governo que
ultrapasse as fronteiras do combate à corrupção e está convencida da
necessidade de mostrar resultados. Em nove meses, cinco ministros
deixaram o governo. Entre eles, o único que não se afastou por denúncias
de corrupção, mas por questões políticas, foi Nelson Jobim.
É esse desgaste político o governo busca superar. Dois programas já
estão prontos para sair do forno: o primeiro envolve 11 ministérios e
uma série de iniciativas para pessoas com deficiência. O segundo, para
recuperar os presídios, só não foi anunciado porque o Palácio do
Planalto decidiu esperar "a poeira baixar" no impasse com o Judiciário,
motivado pela falta de reajuste para a categoria no projeto do
Orçamento, enviado ao Congresso no fim de agosto.
Com a meta de criar uma rede de proteção à infância, um terceiro
programa pretende atacar o problema da exploração sexual de menores.
Intitulado "Brasil cuida de suas crianças", o plano engloba iniciativas
para o fortalecimento dos Conselhos Tutelares e institui um sistema
interligado de informações para evitar que crianças fiquem sob a guarda
de pais violentos.
Nesse pacote, o único programa que pode ficar para 2012 é o Plano
Nacional contra as Drogas. Ancorado em dois eixos estratégicos – saúde e
segurança pública –, o projeto de Dilma tem metas ousadas e prevê até o
enfrentamento dos "grandes atacadistas" do tráfico. Dados do governo
indicam que a operação para desmontar essas quadrilhas demora, em média,
oito meses.
Drogas. A estratégia de combate às drogas inclui um
novo Sistema Nacional de Estatística de Segurança Pública e Justiça
Criminal (Sinesp). O mapeamento da rota das drogas vai indicar os sete
Estados-piloto que receberão o sistema até 2012 e ganharão reforço no
efetivo da Polícia Federal. Foram reservados R$ 37 milhões de recursos
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a construção de
cinco centros regionais de perícia avançada de narcóticos.
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