Campanha na Argentina expõe fragilidade institucional do país
Ao contrário do Brasil, que tem um tribunal eleitoral independente,
na Argentina as eleições são organizadas por uma comissão subordinada ao
próprio governo, o que expõe algumas das fragilidades políticas e
institucionais do país vizinho. Como ficou evidente na campanha eleitoral, encerrada ontem, há
distorções que favorecem o governo, que usa a máquina pública e
desrespeita a lei ao promover propaganda em veículos do Estado fora do
prazo previsto. Nesta semana, quando a lei eleitoral vedava a realização de atos de
governo, Cristina Kirchner participou de vários eventos que foram
exibidos na TV pública e em emissoras privadas. Favorita, a presidente
deve ser reeleita amanhã no primeiro turno. Na última segunda, na comemoração dos 60 anos da TV argentina, ela
participou do evento, mas pouco falou do assunto. "A responsabilidade
que nós temos é a de gerar um projeto que contenha os 40 milhões de
argentinos", disse.
Reuters/Efe | ||
Cristina, Ricardo Alfonsín, Eduardo Duhalde, Hermes Binner, Alberto Rodríguez Sá, Elisa Carrió e Jorge Altamira |
Na quinta-feira (20), ao inaugurar uma fábrica na Grande Buenos Aires, ela também fez forte discurso eleitoral. Esses casos de uso da máquina na campanha não são investigados. A Câmara
Nacional Eleitoral, subordinada ao Ministério do Interior, diz que não
tem setor ou pessoal exclusivos para analisar o caso.
Segundo o órgão, não houve denúncias desses atos. "Sinceramente, não estamos acompanhando isso muito bem", disse à Folha
Agustín Campero, um dos coordenadores de campanha da União Cívica
Radical, partido opositor cujo candidato presidencial é Ricardo
Alfonsín. Uma das propagandas mais ostensivas do governo é o "Futebol para Rodos",
selo que batiza a transmissão dos jogos do campeonato argentino na TV
pública. Nos intervalos e mesmo durante a partida há inserções com atos do
Executivo e imagens que enaltecem a presidente e seu marido, o
ex-presidente Néstor Kirchner, morto no ano passado. Em 2009, o Congresso aprovou reforma política patrocinada por Cristina
que, entre outros pontos, regularizou a propaganda eleitoral. Metade do tempo é dividida igualmente, enquanto a outra metade é
compartilhada de acordo com a votação do último pleito. Neste ano, o
partido da presidente teve direito ao maior tempo na TV.
NOTA DO BLOG: SE O GOVERNO BRASILEIRO NÃO TOMAR MEDIDAS SEVERAS CONTRA A INSTABILIDADE DO MERCOSUL, PRINCIPALMENTE DO PARCEIRO ARGENTINA, NOSSOS PRODUTOS CONSTANTEMENTE CONTINUARÃO A SER IMPEDIDOS DE ENTRAR NO PAÍS VIZINHO. A ARGENTINA TENTA AGRADAR A GREGOS E TROIANOS PARA CONSEGUIR RESOLVER DOIS PROBLEMAS COM UMA CAJADADA SÓ. ISSO TEM PREJUDICADO O BRASIL QUE NÃO ESTÁ AGINDO ENERGICAMENTE PARA RESOLVER ESSES IMPASSES SEMPRE VINDOS DO OUTRO LADO DO PRATA. A ELEIÇÃO PORTENHA JÁ É FAVAS CONTADAS, PORTANTO, AS DUAS MULHERES PRECISAM CHEGAR NUMA RESOLUÇÃO DEFINITIVA DO INTERCÂMBIO COMERCIAL OU O MERCOSUL VIRARÁ UM FANTOCHE DE VEZ.
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