"Aeroporto é o quarto pilar da estrutura logística do Nordeste"
Com a assinatura do contrato de concessão para construir e explorar o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante marcada para a próxima segunda-feira, o clima no Governo do Estado é de otimismo. Apesar dos questionamentos recentes, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico reafirma a confiança no impacto positivo do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante na economia do Rio Grande do Norte. Para o Governo, o Estado ganha um novo contorno econômico com a construção do aeroporto. A construção e o impacto do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante será o tema do projeto Motores do Desenvolvimento, realizado pela TRIBUNA DO NORTE, Fecomércio/RN, Fiern, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Governo do Estado do RN e RG Salamanca Capital, com patrocínio da Assembleia Legislativa do RN, Engevix e Petrobras Distribuidora. O seminário será realizado no próximo dia 05 de dezembro, no auditório do Hotel-Escola Senac Barreira Roxa, na Via Costeira, às 08h. Entre as presenças confirmadas estão o ministro da Aviação Civil, Wagner Bittencourt, os representantes do Consórcio Inframérica, Antonio Droghetti Neto e Martin Eurnekian, o economista Ricardo Amorim, entre outros. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas através dos telefones 4006-6120 e 4006-6121. As vagas são limitadas. Para Benito Gama, não há dúvidas acerca do tamanho do Aeroporto de São Gonçalo. "O Aeroporto de São Gonçalo do Amarante está para o Nordeste como o quarto pilar da estrutura logística. Ele será um dos maiores aeroportos de carga do Brasil, junto com Guarulhos, Viracopos e Confins", diz. E complementa, citando as críticas que o projeto recebeu: "Não sei quais dados os críticos utilizam. Mas tenho certeza que o aeroporto terá o tamanho esperado". No que diz respeito ao terminal de cargas, o secretário de Desenvolvimento Econômico diz que a principal mudança será a utilização do RN como ponto de distribuição de mercadorias "Entendo que o maior impacto será a redistribuição de cargas para o Nordeste a partir do Rio Grande do Norte", aponta. Além do impacto do novo aeroporto, Benito Gama fala em entrevista à TRIBUNA DO NORTE sobre a importância do projeto da ZPE de Macaíba e do papel do Proimport, programa de incentivo a ser votado na Assembleia, na atração de investimentos, algo considerado fundamental para viabilizar São Gonçalo como um motor de desenvolvimento.
Qual a expectativa do Governo do Estado em termos de crescimento econômico com o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante?
O Aeroporto de São Gonçalo do Amarante está para o Nordeste como o quarto pilar da estrutura logística. Isso vale para todo o Nordeste. São a Transnordestina, o Porto de Suape, o Porto de Pecém e agora o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Depois, teremos também o Porto de Natal, mas agora o quarto pilar é o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Com isso, a movimentação econômica da região será centralizada aqui. Será a partir daqui que todo o Nordeste será abastecido. Isso é muito positivo. Haverá uma resposta imediata na geração de emprego e renda e também irá viabilizar a ZPE de Macaíba.
Quais as áreas mais afetadas, na sua avaliação?
Não existe uma área específica. Entendo que o maior impacto será a redistribuição de cargas para o Nordeste a partir do Rio Grande do Norte. Antes, ia para Guarulhos e voltava de caminhão, mas com o novo aeroporto o destino será o RN, de onde será redistribuído para os outros estados. Além disso, o Estado pode utilizar a ZPE de Macaíba para potencializar esse impacto.
Como está a consolidação da ZPE de Macaíba? Qual o perfil dos negócios a serem sediados lá?
A ZPE está constituída, com a Prefeitura de Macaíba como sócia majoritária. O Governo do Estado está negociando uma redistribuição societária. No meu entendimento, a área de inovação tecnológica deve ser privilegiada. Podemos montar uma base e enviar produtos para o México, América do Norte, África, etc.
O projeto do Aeroporto tem alguns críticos. Há quem diga que ele não atingirá o tamanho anunciado. Qual a sua opinião?
Pelo que conheço, ele terá um dimensionamento a nível Nordeste, Brasil e América Latina. Ele será um dos maiores aeroportos de carga do Brasil, junto com Guarulhos, Viracopos e Confins. Não sei quais dados os críticos utilizam. Mas tenho certeza que o aeroporto terá o tamanho esperado.
O que o Governo do Estado precisa fazer para tirar todo o potencial do aeroporto?
Trabalhar como já está trabalhando. Criando a estrutura e buscando voos fretados e operadoras de frete na Flórida, Frankfurt, Hamburgo, Rotterdam, entre outros. Isso irá acontecer quando a Assembléia aprovar o Proimport. Todas essas empresas já passam por cima do estado, as suas rotas passam por aqui e o que precisamos é criar as condições para que eles desçam e se instalem aqui.
É preciso combinar isso com um porto mais forte?
O Porto é fundamental porque um porto e um aeroporto são estruturas complementares. Tendo um bom porto e um bom aeroporto as oportunidades aumentam significativamente. Iremos entrar numa competição forte com Pernambuco e Ceará e não podemos perder.
Mas para isso a atual estrutura precisa ser ampliada.
Já está aumentando o calado para dois metros e meio. Iremos fazer a licitação para construir o terminal marítimo de passageiros e estamos pensando em outras ampliações, semelhantes às que foram feitas no Porto de Itajaí, que é um dos que mais crescem no Brasil. Deu certo em Itajaí e sem dúvidas irá dar certo por aqui também.
Qual a ligação entre o Proimport e a ZPE?
Não há uma relação direta, porque na ZPE já existem isenções de impostos. O modelo da ZPE preconiza isso. Contudo, é possível viabilizar uma relação complementar, onde alguns produtos podem ser processados no entorno do aeroporto, no entorno da ZPE, a partir dos atrativos iniciados com o Proimport. Não é fundamental, mas é complementar.
Como o senhor espera que o Estado consiga atrair esses investimentos?
O que atrai investimento é lucro e o que atrai lucro é mercado. Com o aeroporto e com o porto, teremos mercado, então teremos condições de atrair esse investimento.
Consultores dizem que somente com a instalação de empresas aéreas nos arredores do aeroporto, ele poderá ter o tamanho anunciado. Qual a sua opinião?
Não precisa ser consultor para concluir isso. Mas com o aeroporto e com a reforma do Porto nós vamos conseguir atrair isso, grandes empresas de logística e transporte. Seremos como Vitória ou Itajaí. Vamos recuperar a linha férrea também até Ceará-mirim, o que será outro ganho. O Plano Estadual de Logística irá prever tudo isso.
Há possibilidade de aumentar o alcance do modal ferroviário, levando até São Gonçalo do Amarante?
Aí depende da demanda de carga. O Plano Estadual de Logística irá detalhar essas questões, com a integração aeroviária, portuária e rodoviária. Faremos o que for mais adequado ao momento.
Em que pé está o desenvolvimento do Plano de Logística?
No governo passado, ele foi contratado, mas não foi pago. Ele agora terá uma dimensão maior, então teremos de contratar novamente. O BNDES já sinalizou com a possibilidade de apoio e nós estamos estudando como contratar esse Plano. Além disso, a Confederação Nacional dos Transportes e a Confederação Nacional das Indústrias manifestaram o interesse de atuar como parceiros. O Governo está muito atento a tudo isso.
Mas o processo será reiniciado?
Sim, porque o Rio Grande do Norte é outro hoje. Hoje temos o Aeroporto e teremos também o Porto. Há a questão das eólicas, com grandes investimentos, e é preciso ter estradas para viabilizar, escoar os equipamentos. Então, são questões que precisam estar contempladas no Plano Estadual.
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