O ditador iemenita, Ali Abdullah Saleh, assinou nesta quarta-feira em Riad, capital real da Arábia Saudita, um acordo apoiado pelos países do Golfo Pérsico que prevê a transferência do poder no Iêmen, prometendo deixar o cargo. Apesar de ter assinado o acordo, ainda não há certeza de que ele cumprirá o combinado, uma vez que já voltou atrás diversas vezes sobre o assunto desde o início da onda de revoltas contra seu regime no início deste ano. A cerimônia de assinatura foi acompanhada pelo rei da Arábia Saudita, Abddulah Ben Abdel Aziz. A televisão estatal saudita transmitiu imagens de Saleh assinando o acordo na presença de rei saudita Abdullah e do príncipe herdeiro Nayef. Autoridades de oposição do Iêmen assinaram o acordo depois de Saleh. "Hoje, uma nova página da nossa história se inicia", disse o rei saudita às delegações iemenitas presentes durante a assinatura do acordo. Mais cedo, o emissário da ONU no Iêmen, Jamal Benomar, disse à agência de notícias France Presse que junto com o documento seria assinado um protocolo para sua aplicação, já aprovado pela oposição.
Imagem de TV saudita mostra Ali Abdullah Saleh no momento da assinatura de acordo para deixar poder |
A emissora de TV estatal do país confirmou a informação sobre o plano proposto pelas monarquias do CCG (Conselho de Cooperação do Golfo), liderado pela Arábia Saudita. Em troca de sua renúncia, Saleh e seus familiares receberão imunidade. De acordo com o plano, o ditador deve entregar o poder por um período interino ao vice-presidente Abd Rabbo Mansour Hadi, considerado um homem de consenso. Há dois dias, o chefe do Conselho Nacional Opositor iemenita, Mohamed Basendwa, afirmou que uma data havia sido fixada para dar início ao plano do CCG e confirmou que o vice-presidente seria o responsável por assiná-lo. No final de abril, o conselho elaborou uma proposta para tentar solucionar a crise política no Iêmen, que desde 27 de janeiro é palco de protestos populares contra Saleh. O novo plano estipulava que o ditador transfira o poder ao vice em um prazo de 30 dias após a assinatura da iniciativa, com eleições dois meses depois. Segundos fontes próximas a Saleh citadas pela emissora de TV americana CNN, o ditador deve ficar na Árabia Saudita após deixar o poder. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou, por sua vez, que Saleh receberá tratamento médico em um hospital de Nova York.
Manifestantes em Sanaa protestam contra a proposta de Saleh receber imunidade por renúncia |
Ban conversou na terça-feira por telefone com o iemenita, que informou a ele sobre seus planos para receber cuidados médicos, confirmou à agência de notícias Efe um porta-voz das Nações Unidas. Já houve três ocasiões em 2011 em que Saleh se recuou a assinar o acordo pela transferência mediado por países da região na última hora. No poder há 33 anos, o ditador enfrenta há dez meses protestos por sua renúncia.
CONFRONTOS
Partidários e adversários do regime iemenita se enfrentaram nesta quarta-feira, no momento em que Saleh está em Riad para assinar um acordo sobre sua saída do poder. Os enfrentamentos aconteceram entre forças leais ao chefe de Estado, incluindo a Guarda Republicana comandada por seu filho Ahmed, e homens armados do poderoso líder tribal Sadek al-Ahmar que se uniu à rebelião, segundo testemunhas. Explosões foram ouvidas no bairro Al-Hasaba (zona norte), onde mora o xeque Al-Ahmar, e no bairro vizinho de Sufane. Os combates entre o homens de Ahmar e as forças leais a Saleh acontecem desde maio.
Soldados desertores do Iêmen participam de manifestação contra Saleh em cima de tanque em Sanaa
NOTA DO BLOG: SALEH PASSOU 33 ANOS NO PODER. UM NÚMERO QUE NOS LEMBRA A IDADE DE CRISTO E ISSO NOS REGOZIJA ENQUANTO CRISTÃOS PORQUE É UMA COISA BOA QUE ESSE NÚMERO FAZ-NOS RECORDAR. O FATO É QUE SE A MAIORIA DO POVO DO MUNDO QUISER, PODEREMOS DERRUBAR MUITO MAIS DITADURAS, SEJA COM 50 ANOS, COM 40, 33 OU 16, DERRUBAREMOS TODAS SE QUISERMOS.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário