Assembleias barram ações contra governadores no STJ
Dos cinco, três são tucanos. Nada de anormal
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) está impedido de abrir sete
processos criminais contra cinco governadores porque as Assembleias
estaduais não autorizam o início das ações, como exige a lei. Controladas politicamente pelos governadores, as Assembleias negaram a
autorização necessária ou simplesmente não responderam aos pedidos
enviados pelo STJ. A Constituição Federal diz que só o STJ pode processar governadores por
crimes comuns, mas as Constituições dos Estados estabelecem que as ações
só podem ter início com o aval das Assembleias. No caso mais antigo, o tribunal espera há três anos resposta da
Assembleia de Mato Grosso do Sul sobre um pedido para processar André
Puccinelli (PMDB), que governa o Estado desde 2007. O STJ aguarda também respostas dos Legislativos do Paraná, de Roraima e
Goiás, governados pelos tucanos Beto Richa, José de Anchieta Jr. e
Marconi Perillo, respectivamente. Há outros dois ofícios sobre ações
contra Puccinelli. O quinto governador blindado é Sérgio Cabral (PMDB), do Rio. A
Assembleia o ajudou a evitar um processo de calúnia e difamação, baseado
na antiga Lei de Imprensa. Procurado pela Folha, Cabral não quis se
manifestar. A Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia --então comandada
pelo deputado Paulo Melo, seu aliado-- decidiu não autorizar o início do
processo. A "discussão foi encerrada sem debates", diz relatório da
sessão. Em todos esses casos, as ações ficam suspensas. Sem autorização da
Assembleia, só podem ser abertas se os governadores deixarem o cargo. O
prazo de prescrição dos crimes de que eles são acusados deixa de ser
contado até lá. A ação contra Richa corre em segredo de justiça. Segundo ele, a denúncia
o acusa de não ter usado recursos federais destinados a uma obra
executada quando era prefeito de Curitiba. Ele diz que devolveu o
dinheiro à União e usou verbas da prefeitura. Puccinelli é acusado de desvio de verbas públicas e dispensa irregular
de licitação quando era prefeito de Campo Grande. Procurado pela Folha,
ele não quis se manifestar sobre o processo. O processo contra Perillo corre em sigilo também. A assessoria do
governador informou apenas que ele vem prestando informações à Justiça. A decisão de engavetar o pedido do STJ para processar o governador
Anchieta Junior foi tomada por seu correligionário Chico Guerra,
presidente da Assembleia de Roraima. O processo foi movido pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB), que se
considerou ofendido por um discurso do governador, seu rival. "Os dois brigam hoje, mas amanhã estão de bem. Não vamos perder tempo
com isso, coisa tão pequena", disse Guerra, que engavetou o pedido sem
comunicar ao STJ. Outras 28 ações ficaram paradas no STJ por falta de aval das Assembleias
desde 2003. Na maioria dos casos, o processo foi devolvido à Justiça
Estadual quando os governadores concluíram o mandato. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) já entrou com 22 ações diretas de
inconstitucionalidade para questionar os artigos das Constituições
estaduais que protegem os governadores. Nenhuma ação foi julgada. Políticos que só podem ser julgados no STF (Supremo Tribunal Federal),
como deputados federais e senadores, podem ser processados sem
autorização do Congresso.
COMO SERIA BOM SE TIVÉSSEMOS POLÍTICOS QUE QUANDO FOSSEM ACUSADOS FOSSEM OS PRIMEIROS A QUERER INVESTIGAÇÕES PROFUNDAS. PORQUE QUEM NÃO QUER ROUBAR, FURTAR, DESVIAR NÃO TEME. ALGUÉM ASSIM NA SUA CIDADE? NA MINHA NÃO! --------------- --------- -------------------
Nenhum comentário:
Postar um comentário